Carlos Grevi
Polícia Militar e Bombeiros já foram acionados e se deslocaram para o local
Uma nova manifestação teve início na manhã desta terça-feira (02/04) e deixou todas as entradas para as obras do Porto do Açu interditadas, que se iniciam na BR-356 . A Polícia Militar foi acionada e foi até o local.
A manifestação começou por volta das 6h e de acordo com Renato de Oliveira Batista, representante dos trabalhadores, a reclamação acontece por pagamentos atrasados; vale alimentação e plano de saúde, que segundo ele vem sendo descontados sem dar direito aos benefícios; além de desvio de função, trabalho noturno sem hora de descanso e dificuldade de comunicar problemas com o setor de recursos humanos. Os trabalhadores reclamam ainda das más condições da alimentação e que alguns setores estariam sendo privilegiados.
Ainda segundo Renato, nenhum representante da empresa buscou negociações com os trabalhadores que permanecerão no local até que um acordo seja fechado. Os cerca de 1500 trabalhadores se dividiram pelas três portarias de acesso às obras e obstruíram os caminhos com galhos, terra e troncos deárvores. Apenas a passagem de moradores do entorno foi permitida. O engarrafamento chegou a aproximadamente três quilômetros no na rotatória, no km 13 da RJ-240 e diversos ônibus com trabalhadores retornaram. Muitos caminhões carregados de pedras ficaram no acostamento da estrada.
O funcionário Walace Ferreira, morador de Travessão, recebe vale transporte para chegar até o ponto que o ônibus contratado pela empresa pega os funcionários, que segundo ele, só vai até o km 13 da BR-101.
"O vale está atrasado e o valor não dá para pagar as passagens de ida e volta para casa durante o mês", disse.
Alguns trabalhadores reclamam que há três meses vivem o problema, como é o caso do funcionário Aldeir Pessanha.
"Decidimos parar por enquanto até resolver essa situação, enquanto isso ficaremos parados por tempo indeterminado. Tem muita coisa errada", relatou.
Um dos encarregados da empresa, que pediu para não se identificar, disse que o erro não é dos funcionários, e sim, da empresa. "Se mandar alguém embora, vamos parar tudo outra vez", afirmou.
De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Mobiliários (STICONCIMO), José Carlos Pereira da Silva, a empresa já está ciente e foi avisada várias vezes quanto as reivindicações dos trabalhadores, no entanto não tomou nenhuma medida a respeito.
Ailton Santos que também é membro do sindicato disse que neste segunda-feira (01/04), os trabalhadores chegaram a paralisar suas atividades dentro do porto, em seus respectivos setores e às 16h será realizada uma reunião no Ministério do Trabalho, com o Sindicato, os representantes da empresa e representantes dos trabalhadores para resolver a situação.
A assessoria da Acciona informou que está apurando as causas da manifestação para se pronunciar oficialmente.
URURAU