quinta-feira, 27 de setembro de 2012

IBAMA NÃO POSSUI LABORATÓRIO PRÓPRIO, OU SEQUER UM DE APOIO, PARA REALIZAR AVALIAÇÕES E REAVALIAÇÕES AMBIENTAIS DE AGROTÓXICOS


Estando como participante do XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia pude ouvir hoje uma das responsáveis no IBAMA pelos processos de avaliação e reavaliação na parte ambiental dos agrotóxicos que são comercializados no Brasil. 

Após apresentar uma retrospectiva dos parâmetros legais que regem o processo de avaliação ambiental destes agroquímicos, a técnica do IBAMA revelou até forma bastante despojada o fato de que o IBAMA não possui um laboratório próprio para realizar os complexos testes que balizam o processo de liberação ou não destes produtos. E o pior que ao contrário do Ministério da Agricultura que utiliza os laboratórios da EMBRAPA e da ANVISA que utiliza os laboratórios da FIOCRUZ, o IBAMA sequer possui um laboratório de alta qualidade com que possa contar para realizar o conjunto das avaliações que precisam ser realizadas. Quando muito o IBAMA disporia dos laboratórios da Polícia Federal para realizar parte dos experimentos químicos;

Ao final, ao ser indagada sobre quantos produtos tinham sido retirados de circulação após eventuais processo de reavaliação, a técnica do IBAMA reconheceu que até hoje nenhum produto foi banido no Brasil após a concessão de seu registro. Quando muito uns poucos produtos não teriam sido autorizados a obter o registro inicial mas, mesmo assim, estes teriam sido em número muito reduzido.

Diante deste quadro, vê-se o porquê do Brasil não ter se tornado o maior consumidor mundial de agrotóxicos, mas como ter se tornado um dos principais mercados para substâncias que já foram proibidas em outras partes do mundo, inclusive na China.

Em suma, o quadro é desesperador! E como o governo Dilma está de braços dados com o agronegócio, a coisa ainda pode piorar mais.