Os Sem Terra apresentaram a pauta e exigiram respostas, mas até o momento não houve avanços e a negociação foi interrompida.
Segundo Amanda Matheus, da Direção Estadual do Movimento, o órgão tem de cumprir a pauta estabelecida.
"Principalmente a desapropriação de terras, para assentar as 950 famílias acampadas em todo o estado, e a agilidade na política de desenvolvimento dos assentamentos", cobra.
O estado possui acampamentos com 13 anos sem solução, além de assentamentos com quatro anos que ainda não foram divididos em lotes.
As famílias organizaram o acampamento na quarta-feira e realizaram um ato conjunto com outros setores da esquerda em frente à Câmara dos Vereadores.
Fizeram também uma mobilização em frente à sede da EBX, do empresário Eike Battista.
Os manifestantes denunciam que, entre os diversos ataques ao meio ambiente e à populações tradicionais, um dos novos empreendimentos de Eike desalojará mais de 200 famílias, com a construção de uma rodovia por dentro de um assentamento em Campos.
"Para o Eike Batista, é chegar em casa e achar o prato dele prontinho, enquanto o trabalhador dos assentamentos tem que trabalhar e mandar comida para a cidade", reclamou o camponês Gélson Hulk, do assentamento Zumbi dos Palmares, que deve ser atingido pelas obras do Porto do Açú.
À noite, o acampamento virou uma sala de cinema, com a exibição do filme "O veneno está na mesa", do cineasta Sílvio Tendler.
Essas ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina, realizada em todos o Brasil. Em Brasília, a Via Campesina está acampado desde segunda-feira.