A visita que estou realizando ao meu orientador de doutorado na Virginia Tech estava indo bem demais até a manhã desta 5a. feira quando todos os prédios do campus de Blacksburg foram fechados. Isto ocorreu para que uma minuciosa busca fosse feita para identificar uma suposta pessoa que teria sido vista supostamente andando armada pelo campus. A operação policial em curso traz à memória de todos aqui nos EUA do massacre ocorrido nesta mesma universidade em 2007, quando um aluno de gradução, Cho Seung-Hui, assassinou 32 pessoas antes de tirar a sua própria vida numa sala de aula da Virginia Tech.
O mais impressionante é que apesar do massacre causado por Seung-Hui, a Virginia Tech não estabeleceu nenhum tipo de zona de exclusão de armas dentro do campus. E isto não ocorreu por falta de vontade de seus dirigentes, mas por que isto feriria a Emenda Número da Constituição norte-americana que garante aos seus cidadãos portar armas quase que livremente.
Esse suposto direito inalienável à posse de armas interessa bastante aos fabricantes, mas deixa a sociedade norte-americana refém de assassinos em série, e imersa numa constante paranóia sobre quando ocorrerá o próximo massacre.
De quebra, no Brasil, vemos o mesmo tipo de lobby em prol do porte de armas, supostamente como proteção contra bandidos, como se isto fosse uma garantia para a proteção das famílias e das propriedades. A verdade é que muitas vezes os ladrões acabam roubando as armas que são estocadas dentro das residências. Isto quando não ocorre de alguma criação usar a arma como brinquedo, o que costumeiramente resulta em ferimentos de bala e mortes.