Hoje o jornal Folha da Manhã traz uma peculiar reportagem sobre os problemas que estão ocorrendo na cidade de Campos dos Goytacazes em função do alto número de queimadas realizadas para viabilizar o corte manual dos cultivos de cana de açúcar. Os relatos das pessoas cuja saúde está sendo afetada pelo alto teor de particulado sendo emitido na atmosfera são candentes e não deixam dúvida sobre os danos que estão sendo causados à saúde humana, especialmente de crianças e idosos.
Mas, atenção, os efeitos danosos das queimadas são conhecidos há muito tempo, sem que haja uma cobertura jornalística consistente sobre o que ocorre em postos de saúde, hospitais e farmácias em termos do aumento da procura por inalações e compras de remédios para combater os diferentes tipos de alergias respiratórias que estão associadas à poluição atmosférica causada pelas queimadas.
O mais interessante é que não se vê qualquer tipo de meia culpa (isto talvez seja mesmo esperar demais) daqueles que há poucas semanas gritavam a todo pulmão contra as medidas tomadas pelo Ministério Público Federal para coibir esta prática abusiva. Aliás, aonde anda o deputado estadual Roberto Henriques (PR) que foi tão célere em carregar a bandeira da prorrogação das queimadas até 2024?! Talvez, agora o nobre deputado e todos os demais legisladores que aprovaram a absurda lei 5590/2011 que permitirá a continuidade deste atentado contra a saúde coletiva por, pelo menos, mais 13 anos?