Alta no preço do transporte de R$ 4,50 para R$ 4,80 foi motivo de manifestação pacífica nesta terça-feira. Manifestação começou na Praça Arariboia e depois foi realizada na Estação Praça XV
“Mãos para o alto, R$ 4,80 é um assalto”. Foi entoando este grito que usuários das Barcas manifestaram contra o aumento de 6,66% da tarifa do transporte aquaviário que passou a valer nesta terça-feira. De forma pacífica eles usaram microfones para relatar a insatisfação em relação ao serviço oferecido pela CCR Barcas. Depois do ato em Niterói, os manifestantes seguiram para a Praça XV, no Rio de Janeiro.
Os manifestantes se reuniram em frente à estação Arariboia, em Niterói, às 17h. Munidos de cartazes e utilizando microfones eles tentavam chamar a atenção dos demais passageiros. Aos poucos alguns foram tomando coragem e relatando suas experiências em relação ao transporte.
O jornalista Rafael Duarte, um dos primeiros a chegar ao local, lembrou da expansão e modernização da estação, mas pontuou que para quem precisa usar o transporte diariamente isso não é o mais importante.
“Sou usuário das barcas, moro aqui em Niterói e trabalho no Centro do Rio, então pego as barcas todos os dias. É angustiante e absurdo ver como se pode aumentar a tarifa oferecendo um serviço de tão péssima qualidade”, disse o jornalista que faz parte de um movimento contra o aumento das barcas, criado no ano passado. Rafael decidiu participar da manifestação na tentativa de sensibilizar mais passageiros.
“A gente acredita que só é possível mudar essa lógica de aumento dos transportes públicos através dos próprios usuários; a gente está aqui para sensibilizar os outros usuários para se indignar e dizer um basta a essa política de aumento de tarifas que só visa os lucros da concessionária e pouquíssima qualidade do transporte e bem-estar dos usuários”, finalizou Rafael.
Revolta
O estudante de Administração da Universidade Federal Fluminense (UFF), Victor Stuart, não apoia o aumento, alegando que a tarifa é alta.
“Sou contra o aumento das barcas porque a gente paga um preço exorbitante. Esse é o segundo aumento em menos de um ano e o serviço é ruim”, alegou o estudante.
O cabo Daciolo, do Corpo de Bombeiros, foi até as barcas se juntar aos manifestantes.
“Sou totalmente contra o aumento das barcas. É um absurdo o que vem acontecendo. Nossos representantes políticos que deveriam representar o povo não representam, eles representam interesses dos empresários. Por isso nós temos que ir para as ruas. Estamos marcando um ato com estudantes amanhã (hoje) em frente à Alerj para reivindicar por todas as perseguições de todos os movimentos sociais, como o último agora da aldeia maracanã. Temos que cobrar dos parlamentares, porque nós os colocamos lá”, pontuou Daciolo.
O ato em frente às barcas contou ainda com a presença de Flávio Serafini, presidente do diretório municipal do PSOL, que mais uma vez declarou apoio ao movimento contra o aumento da tarifa do transporte aquaviário.
“Estamos aqui mais uma vez contra o aumento abusivo para o serviço de barcas. Ano passado tivemos um aumento de mais de 60%, esse ano de mais de 6%, e a população continua sendo desrespeitada. As filas só aumentam as embarcações que são utilizadas, são as mesmas de antes da privatização e as novas inseridas são menores e desconfortáveis. Acho que a população tem que se manifestar. Nós do PSOL estamos aqui juntos apoiando, eu enquanto cidadão usuário das barcas me revolto”, disse Flávio, que emendou.
“Se a gente para pra pensar, o absurdo que é meia hora que cada trabalhador perde aqui, quantas horas de trabalho são perdidas aqui por um péssimo serviço que é prestado para que essa empresa consiga reduzir um pouco seus gastos e ter sua lucratividade aumentada. Isso é inaceitável em qualquer lugar do mundo, onde a sociedade é minimamente civilizada continua com prestação de serviço desse tipo”, concluiu Serafini.
Usuários do Bilhete Único Intermunicipal continuarão pagando R$ 3,10, o restante do valor será custeado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do subsídio dado à concessionária CCR Barcas. A CCR Barcas foi procurada para comentar o caso, porém não enviou resposta.
O FLUMINENSE