Por Natalia Viri | Valor
Ação da petrolífera de Eike Batista cai 26% na semana
SÃO PAULO - O corte na nota de crédito da OGX pela Standard & Poor’s desencadeou uma nova onda de desconfiança em relação às ações da companhia. Os papéis da petrolífera de Eike Batista encerraram o dia em queda de 13,63%, a R$ 1,71, renovando a mínima histórica atingida ontem, quando os ativos já haviam perdido 10,8%. Somente na semana, o recuo é de 26%. No ano, a a queda acumulada chega a 61%.
O movimento de baixa das ações se acentuou no meio da tarde, após a companhia anunciar que ainda não fechou nenhum negócio com outras empresas ou com investidores em geral, respondendo a um questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre notícias veiculadas pela imprensa que dão conta que Eike estaria negociando a captação de US$ 1 bilhão por meio de venda de participações em alguns de seus blocos. A empresa ressaltou, no entanto, que “mantém permanente contato com vários investidores sobre oportunidades de negócio”.
Oswaldo Telles, analista da BES Securities, afirma que as perdas recentes dos papéis estão baseadas na deterioração da percepção de risco por parte dos investidores. Para o analista do BES, não há outra solução além da empresa começar a apresentar resultados operacionais próximos ou melhores do que foi prometido inicialmente.
“Todo investidor idealiza um limite entre o risco que pode correr para cada tipo de papel e eu imagino que, para grande parte dos acionistas de OGX, esse limite deve ter sido ultrapassado”, ressalta.
Aluguel de ações
O mau humor em relação à empresa se reflete no número de ações alugadas, utilizadas para montar as chamadas posições “vendidas”, em que se aposta na baixa do ativo. A posição alugada no papéis passou de 251,9 milhões na quarta-feira para 258,8 milhões de ações ontem.
Depois de subir por quase três meses seguidos, até a marca recorde de 267 milhões de ações alugadas no dia 25 de março, o número vinha recuando como reflexo das compras de fundos de investimento atrelados ao Ibovespa, que precisam ajustar sua exposição à OGX devido ao aumento do peso do ativo na carteira teórica do índice, que passará de 2,6% para 5% no início de maio.
Segundo operadores do segmento de aluguel, as taxas de OGX tiveram alta expressiva entre ontem e hoje. As últimas negociações foram fechadas hoje com taxas de empréstimo entre 19% e 33% ao ano.