sábado, 24 de dezembro de 2011

DO OCCUPY WALL STREET AO PRIVATARIA TUCANA, PASSANDO PELAS REVOLTAS ÁRABES E CHEGANDO NA REAÇÃO AOS MEGA-EMPREENDIMENTOS, 2011 É UM ANO A SER CONTINUADO


A mídia corporativa brasileira encerra o ano em polvorosa. Depois de acuar o governo Dilma e derrubar quantos ministros desejou, os donos da informação tiveram que engolir sem manteiga o tijolo produzido por Amaury Ribeiro Junior, o livro-bomba "A Privataria Tucana", que não só quebrou recordes de venda, mas alavancou em tempo tipo "the flash" uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Esse desdobramento promete ainda dar muita razão para palpitações nas grandes redes de comunicação que se beneficiaram diretamente dos crimes lesa-Pátria que os tucanos cometeram contra o patrimônio público.

Mas a mídia corporativa teve muitos outros problemas em 2011 para esconder a verdade. Se vermos o tratamento precário que foi dado ao Movimento Occupy Wall Street veremos que o povo brasileiro foi mantido na penumbra de um processo que coloca em xeque a principal potência econômica e militar do planeta. Essa ocultação de Occupy Wall Street foi estratégica, pois serviu para esconder a gravidade da crise sistêmica que corrói o sistema capitalista neste momento. Mas como o Occupy Wall Street não dá sinais de que vai sair de cena, a mídia corportiva vai ter que falar mais desse assunto, mesmo porque 2012 é de eleição presidencial nos EUA.

Se verificarmos a cobertura medíocre que foi dada às revoluções em curso nos países árabes também ficará visível que a mídia corporativa escondeu elementos importantes, de modo a tornar este processo mais palatável aos interesses dominantes. Afinal de contas, revoltosas vitoriosas vão de encontro à noção falaciosa de que a história acabou  e que o Capitalismo venceu. Como o sistema dá sinais inequívocos de estar colapsando, o jeito foi esconder a natureza anti-capitalista destes movimentos.

Por fim no plano interno, a mídia escondeu os graves enfrentamentos ocorrendo nas mega-obras e na limpeza social que está acompanhando a instalação de estruturas que deverão ser usadas nos Jogos Olímpicos e na Copa do Mundo. Felizmente, e para tal contragosto da mídia corporativa, os trabalhadores  e populações afetadas estão reagindo aos esbulho de suas terras e moradias. Assim, seja na cidade do Rio de Janeiro ou no interior fluminense, o que se vê no plano estadual é reação aos planos de expropriação para tornar os ricos mais ricos, e os pobres ainda mais pobres.

Como nenhuma dessas situações se encerrou em 2011, é certo que este ano lançou sementes para um conjunto de mobilizações que deverão  tornar 2012 ainda mais movimentado e, de quebra, de ser ocultado.