Acima duas reproduções de material publicado hoje pelo Jornal da Folha da Manhã. A primeira traz uma série de comunicações de novas desapropriações no V Distrito de São João da Barra sob o patrocínio da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro, alegando o interesse público em mais essa rodada de desapropriações. A segunda é meio que um press release do Grupo EBX sobre uma das suas famosas visitadas guiadas ao canteiro de obras do Porto do Açu com empresários interessados em vender para a empresas da franquia "X".
Quando colocadas juntas, o que essas duas matérias demonstram é que, apesar de todas as evidências documentadas de graves consequências sociais e ambientais que este mega-empreendimento já causou, tanto os agentes do Estado como da iniciativa privada não se deram conta da gravidade do problema, ou não fingem que ainda não entenderam o que está acontecendo.
De toda maneira, alguém há que lembrar ao presidente da representação regional da FIRJAN, Gel Coutinho, que os principais céticos das maravilhas que estão sendo prometidas para compensar os impactos negativos deste mega-empreendimento são as grandes corporações multinacionais que pularam para fora do barco, tais como a Wisco, a Nissan e a Ternium. Aliás, em termos de viabilidade de mercaso, a queda tendencial das ações da OG (X), da LL(X) e da OS (X) mostram que os operadores do mercado de ações também se transformaram em grandes céticos das proezas que estão sendo prometidas em troca da expulsão de centenas de famílias de suas terras, e da salinização de terras e águas do V Distrito de São João da Barra. E isto tudo, se a água que está se movendo do empreendimento para o lençol freático não decidir espalhar-se tanto a norte como a sul.