A POLÍCIA FEDERAL ENQUADRA ATUAL PREFEITA E CANDIDATO A VICE E AGITA O CENÁRIO POLÍTICO NA EIKELÂNDIA
Não vou entrar nem no mérito da lisura ou não da ação da Polícia Federal que prendeu a prefeita de São João da Barra (vulgo Eikelândia) e o ex-vereador de oposição e atual candidato a vice-prefeito na chapa apoiada por Carla Machado. Acho que a postagem do blogueiro Douglas da Mattajá tratou disto de forma cirúrgica e efetiva (Aqui!). Também não vou dizer nada sobre a peculiar coincidência entre o valor pago de cara como fiança e o que supostamente estava sendo oferecido por Carla Machado e Alexandre Rosa para um candidato a vereador do PR. Isto também já foi feito de maneira inteligente pelo jornalista Esdras Pereira no site da Revista Somos Assim (Aqui!).
Na verdade é que quero comentar é que mais este episódio explícito de desvio de uma conduta dita republicana na Eikelândia não me surpreende em nada. Afinal, uma prefeita que foi capaz de reunir sua maioria numa noite de reveillon para aprovar a mudança no uso da terra do V Distrito de São João da Barra de rural para industrial, de modo a permitir um escabroso processo de desapropriação de terras que beneficia o bilionário Eike Batista é, em minha modesta opinião, capaz de qualquer coisa. Afinal, quem não se preocupou com o destino de centenas de famílias, muitas das quais se encontram hoje completamente desamparadas, é bem capaz mesmo de enveredar num esquema nebuloso o suficiente para atrair a atenção da Polícia Federal.
E, lamento, apesar de não ser inocente para pensar que a Polícia Federal não pode ser partidarizada, pois tanto o PT como o PSDB já provaram que pode, as prisões realizadas em São João da Barra foram acompanhadas da apreensão de um farto material comprobatório que será periciado. Assim, culpar o onipresente e onisciente deputado Anthony Garotinho pode ser a coisa mais conveniente a fazer, mas efetivamente não resolve ou explicada o que realmente levou às prisões. Garotinho, mais uma vez, é apenas usado como um espantalho para distrair os mais ingênuos do cometimento de pecados que seus adversários parecem convenientemente querer insinua ser-lhe de única responsabilidade. Este episódio, mais do que qualquer coisa, indica que o mundo político desta região está mais para inferno do que para paraíso. E tome labaredas!
Mas nada disto me consola, pois eu me importo mesmo é com a verdadeira guerra sendo cometida no V Distrito de São João da Barra contra centenas de famílias que só gostariam de poder continuar trabalhando honestamente sem que alguém apareça na meia da noite com uma mala cheia de dinheiro pedindo que troquem de lado. A verdade é que se São João da Barra tivesse políticos tão honestos e trabalhadores como os agricultores do V Distrito, o mais provável que ninguém precisaria ficar caindo na cantilena de Eike Batista. Afinal de contas, os agricultores, como o Seo Totonho que foi arrancada de suas terras com a roupa do corpo, já provaram que com muito trabalho e honestidade é possível produzir e alimentar. Simples assim, sem propinas ou tentativas compras de candidatos.