A matéria abaixo publicada no site da Revista Exame deverá acionar alarmes por todas as partes dentro do governo Dilma e, suspeito, também dentro do Grupo EBX. O jornalista Marco Prates oferece um radio-X bastante preciso de uma inequívoca guinada de grandes corporações chinesas que estão diminuindo seus investimentos na área do aço e do carvão para, surpresa maior, investir na produção de carnes, verduras e, sim claro, tecnologia.
E o artigo de Marco Prates traz algo que deveria preocupar imensa e particularmente a Eike Batista. A questão é que a Wuhan, aquela que um jornal chinês disse desistiu de construir a tal siderúrgica no Complexo Portuário-Industrial do Açu (sim ela mesma) agora anunciou que vai investir na criação de porcos!
O mais crucial é que com a evidente desaceleração da economia chinesa, os reflexos dentro da nossa serão inevitáveis. Ao que parece os próximos meses serão de intenso estresse em Brasília e naquele famoso escritório de vista esplêndida que Eike Batista mantém no Aterro do Flamengo.
Finalmnte, chega a ser irônico que enquanto o Brasil tenta se especializar em vender minérios, o seu atual principal cliente decide concentrar seus esforços na produção de alimentos! Vamos ver se o (des) secretário estadual de desenvolvimento do Rio de Janeiro, o Sr. Júlio Bueno, vai comer o minério que não vai conseguir exportar para a China!
Porcos, bilionários e um terceiro indicador de que a economia chinesa corre perigo
Quando produtores de aço e carvão anunciam que vão abater porcos, é porque a economia perdeu o vigor. Confira esse e outros dois sinais de que a China desacelerou
Está todo mundo desconfiado. Em menos de um mês, a China baixou a taxa de juros duas vezes. O mais recente corte para estimular a economia, na última quinta-feira, ocorreu uma semana antes da esperada divulgação pelas autoridades chinesas do PIB do segundo trimestre. Coincidência? Para analistas internacionais - pegos de surpresa, aliás - é porque os números não serão bons.
É diante da expectativa de um desempenho abaixo dos 8,1% do primeiro trimestre - fraco para a gigante asiática, que não via números tão ruins desde o auge da crise de 2009 - que os efeitos do crescimento menos vertiginoso têm sido sentidos no país.
A queda da demanda por aço e carvão já fez duas empresas grandes anunciarem planos de investir em porcos, por exemplo.
Confira abaixo 3 indicadores de que as coisas não vão tão bem na terra da Grande Muralha.
1. Melhor investir em porcos que carvão ou aço
É bom ficar atento quando uma gigante do aço como a Wuhan – que tem projetos no Brasil com a EBX, de Eike Batista – anuncia que vai diversificar os negócios fora do mundo da siderurgia. Em porcos, para ser mais preciso. A Wuhan vai investir 4,7 bilhões de dólares nos próximos 5 anos, segundo o Financial Times, na criação de porcos, peixes e vegetais orgânicos, além de logística e química.
E assim como se vai do aço ao porco, vai-se do carvão ao suíno. Com o ritmo da produção industrial arrefecendo e um consequente esfriamento na demanda por energia, um grande grupo produtor de carvão, Shanxi Coking Coal Group, planeja construir um frigorífico capaz de abater 2 milhões de porcos por ano.
Afinal, os estoques de carvão só têm aumentado nos armazéns chineses. Nas usinas de Guangdong atingiram 20 dias, enquanto o aceitável são 15.
Melhor os porcos, aparentemente.
2. Cassino de Macau apresenta queda no ritmo de crescimento
A receita do cassino de Macau, região autônoma da China, caminha em conjunto ao humor dos bilionários chineses, entre outros fatores. Depois de um agressivo crescimento de 42% nas receitas em 2011, a estimativa este ano está em “apenas” – as aspas são para colocar o número em perspectiva, como tudo o mais na China - 11%.
Em maio, o crescimento já foi de módicos 7,3% comparado ao ano passado.