Em mais uma semana de perdas da OG (X) Eike Batista deu uma longa entrevista à Revista Exame (Aqui!). Abaixo vão trechos da entrevista que me parecem mais reveladores do estado de ânimo de Eike Batista após as perdas bilionárias que ele e empresas da franquia "X" tiveram nas últimas semanas.
As declarações de Eike Batista são um misto de onipotência (quem me crítica é idiota, o "meu porto, o Açu", "sou um engenheiro de mão cheia") e franqueza ("dinheiro depois de certo nível é bobagem").
Por outro lado, Eike Batista está em estado aparente de negação da realidade quando disse que não perdeu dinheiro porque não vendeu suas ações (!) . Pior ainda é achar, no melhor estilo Luiz XIV "se o mercado não me quer, eu me quero...". Ora, se o Eike ainda não virou o próprio mercado, dizer que não preciso do mercado beira um devaneio perigoso para alguém que vive da "venda de projetos" exatamente para o mercado!
Mas o interessante é que as perguntas que incomodam Eike continuam sendo feitas e agora por outros órgãos que não a Revista Época. Do jeito que vai a imprensa inteira vai acabar sendo vetada de entrar na sede do Grupo EBX!
Finalmente com tudo isto somado está parecendo que Eike Batista finalmente piscou, e isto é péssimo para quem depende tanto da sua "Poker Face" para fazer parecer que está "tudo dominado". Pelo jeito, as próximas semanas serão tensas para Eike e seus acionistas brasileiras. Afinal, os estrangeiros vão desovar todas as ações que possuem caso as empresas da franquia "X" não comecem a dar logo a volta por cima. É só uma questão de olhar o nível do trading na BOVESPA nas próximas. Se essa nau não começar a imbicar para cima, já viu... o valor das ações das empresas da franquia vão acabar chegando na camada pré-sal!
Eike Batista responde ao mercado financeiro
Eike Batista, o homem de negócios mais admirado por executivos brasileiros, fala sobre suas empresas e o tombo recente que elas levaram na bolsa
Eike Batista, o homem de negócios mais admirado por executivos brasileiros, fala sobre suas empresas e o tombo recente que elas levaram na bolsa
EXAME - Esse episódio derrubou as ações de todas as empresas do grupo e levantou o temor de que todas possam ter projeções superestimadas. O que o senhor acha disso?
Eike Batista - Veja bem, nós temos sócios que só decidiram entrar nas nossas empresas depois de avaliar nossos ativos e a capacidade de nosso corpo técnico. Por que a multinacional americana GE colocou 300 milhões de dólares para ficar com 0,8% da minha holding? Por que o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, colocou 2 bilhões de dólares na holding depois de ficar dez meses aqui dentro auditando tudo?
O que as pessoas não entendem é que as bacias de petróleo que vamos explorar têm 8 trilhões de dólares em óleo e gás. Não entendem que temos 2 trilhões de dólares de minério de ferro em Minas Gerais. São esses ativos que me permitem pagar as contas. O meu porto, o Açu, está sendo pago pela mineradora. O que temos aqui são ativos reais. Costumo dizer que são negócios à prova de idiotas.
EXAME - O que é um negócio à prova de idiotas?
Eike Batista - É um negócio que aguenta muito desaforo. É como a mina de ouro colombiana que comprei em 2011. Ela tem um tamanho e um teor de ouro que a tornam especial. Vou gastar 1,5 bilhão de dólares para colocá-la em produção, mas ela vai gerar 1,2 bilhão de caixa por ano. Ou seja, ela se paga em 14 meses. Isso é um projeto à prova de idiotas. Mas veja bem, eu enxerguei que esse negócio era muito maior do que achava quem me vendeu. Na época da compra, a mina tinha 3 milhões de onças de ouro. Hoje, tem 11 milhões. E isso não é sorte. Fui lá, pesquisei, furei, furei e achei. Tenho 17 sondas furando essa mina.
EXAME - O que o senhor diria para quem o enxerga como um vendedor de projetos e diz que suas empresas não entregarão o que prometem?
Eike Batista - Quem diz isso é quem não conhece as companhias de perto. As pessoas pensam que sou um vendedor de ideias, mas não sabem que sou um engenheiro de mão cheia. (Eike estudou dois anos e meio engenharia metalúrgica na Alemanha e abandonou o curso.)
Esse é um grupo de 1 000 engenheiros. E não tem engenheiro que me engane. Coloquei cinco minas de ouro em produção no Brasil, uma no Chile, duas no Canadá e uma nos Estados Unidos. Depois, quantifiquei os recursos de duas minas de ferro, mais tarde compradas pela mineradora Anglo American.
EXAME - A queda das ações tira parte de seu patrimônio e adia a meta de ser o mais rico do mundo?
Eike Batista - Eu não perdi nada. Não vendi minhas ações. Agora é esperar subir. A essência dessa história de ser o mais rico é mais uma brincadeira. Dinheiro, depois de certo nível, é bobagem. Mas acho que cada um de nós tem de se colocar metas.
Eike Batista - Veja bem, nós temos sócios que só decidiram entrar nas nossas empresas depois de avaliar nossos ativos e a capacidade de nosso corpo técnico. Por que a multinacional americana GE colocou 300 milhões de dólares para ficar com 0,8% da minha holding? Por que o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, colocou 2 bilhões de dólares na holding depois de ficar dez meses aqui dentro auditando tudo?
O que as pessoas não entendem é que as bacias de petróleo que vamos explorar têm 8 trilhões de dólares em óleo e gás. Não entendem que temos 2 trilhões de dólares de minério de ferro em Minas Gerais. São esses ativos que me permitem pagar as contas. O meu porto, o Açu, está sendo pago pela mineradora. O que temos aqui são ativos reais. Costumo dizer que são negócios à prova de idiotas.
EXAME - O que é um negócio à prova de idiotas?
Eike Batista - É um negócio que aguenta muito desaforo. É como a mina de ouro colombiana que comprei em 2011. Ela tem um tamanho e um teor de ouro que a tornam especial. Vou gastar 1,5 bilhão de dólares para colocá-la em produção, mas ela vai gerar 1,2 bilhão de caixa por ano. Ou seja, ela se paga em 14 meses. Isso é um projeto à prova de idiotas. Mas veja bem, eu enxerguei que esse negócio era muito maior do que achava quem me vendeu. Na época da compra, a mina tinha 3 milhões de onças de ouro. Hoje, tem 11 milhões. E isso não é sorte. Fui lá, pesquisei, furei, furei e achei. Tenho 17 sondas furando essa mina.
EXAME - O que o senhor diria para quem o enxerga como um vendedor de projetos e diz que suas empresas não entregarão o que prometem?
Eike Batista - Quem diz isso é quem não conhece as companhias de perto. As pessoas pensam que sou um vendedor de ideias, mas não sabem que sou um engenheiro de mão cheia. (Eike estudou dois anos e meio engenharia metalúrgica na Alemanha e abandonou o curso.)
Esse é um grupo de 1 000 engenheiros. E não tem engenheiro que me engane. Coloquei cinco minas de ouro em produção no Brasil, uma no Chile, duas no Canadá e uma nos Estados Unidos. Depois, quantifiquei os recursos de duas minas de ferro, mais tarde compradas pela mineradora Anglo American.
EXAME - A queda das ações tira parte de seu patrimônio e adia a meta de ser o mais rico do mundo?
Eike Batista - Eu não perdi nada. Não vendi minhas ações. Agora é esperar subir. A essência dessa história de ser o mais rico é mais uma brincadeira. Dinheiro, depois de certo nível, é bobagem. Mas acho que cada um de nós tem de se colocar metas.