segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Trabalhadores fazem protesto em estrada de acesso ao porto do Açu

Dulcides Netto



Cerca de 800 funcionários de empresas distintas que prestam serviços para as obras do Superporto do Açu, no município de São João da Barra (SJB), decidiram parar suas atividades desde às 7h desta segunda-feira, por conta de reivindicações não atendidas pelas empresas. Os trabalhadores manifestaram na entrada do local fechando os principais acessos ao Superporto, além de atear fogo em pneus e galhos na estrada. A polícia militar prestou apoio para que a situação não se agravasse.

De acordo com meio oficial armador da empresa ARG, Fabrício Gomes, que trabalha há 11 meses na empresa, as reivindicações vêm sendo feitas, mas nunca foram atendidas, por isso, os trabalhadores decidiram parar as atividades. “O pagamento das horas “in intinere”, que se refere no deslocamento que o empregado faz de sua residência ao trabalho e vice e versa, está atrasado desde 2009. Além disso, estamos pedindo 30% do adicional noturno, insalubridade, periculosidade e pagamento de hora extra, que nunca tivemos”, disse o funcionário.

Fabrício Gomes destacou que a manifestação também pede a extinção da escala 6x3, pois os funcionários acabam trabalhando em sábados, domingos e feriados e recebem como dia normal, além de melhores condições de trabalho e higiene nas acomodações e alimentação. “Estamos lutando pelos nossos direitos. Há meses estamos fazendo essas reivindicações e ouvimos somente promessas. Somos funcionários e gostaríamos de sermos tratados como diz a lei do trabalhador. Todos que estão aqui sãos pais de família e precisam do trabalho para sustentar os filhos. A paralisação vai acabar depois que tivermos uma resposta concreta”, disse o meio oficial armador. Funcionários das empresas UCN e Montecalm também paralisaram funções pelas mesmas reivindicações.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e Imobiliários do Norte Fluminense, José Carlos Eulálio, a paralisação dos trabalhadores foi uma surpresa para o sindicato e que as reivindicações foram encaminhadas há oito meses para o Ministério Público, que ficou de resolver as questões. “Os trabalhadores devem esperar a decisão da justiça. Fazer essa paralisação não adianta nada”, destacou o presidente do sindicato.

Em nota a assessoria de imprensa da LLX confirmou a paralisação feita pelo grupo de trabalhadores na manhã de ontem e informou que as empresas (LLX E OSX) acompanham a negociação entre os trabalhadores e as empresas contratadas. A nota destacou ainda que a LLX e a OSX cumprem rigorosamente todas as normas e determinações da legislação brasileira e exigem em contrato o mesmo padrão de seus parceiros.


 
Em março do ano passado, cerca de 900 funcionários da empresa ARG paralisaram os serviços e fecharam a estrada que dá acesso ao Porto para protestar reivindicar 30% de reajuste de periculosidade, plano de saúde, participação nos lucros e outros direitos, que não estão sendo cumpridos pela empresa há mais de três anos. Em nota, a LLX informou que estava em contato com as empresas contratadas para as obras civis no Superporto do Açu para averiguar as informações e prestar os esclarecimentos necessários.

Em maio, os trabalhadores chegaram a organizar uma greve e uma manifestação por não terem sido atendidos em compromissos firmados entre a ARG, o Sindicato e o Ministério do Trabalho, mas abandonaram a ideia, depois da notícia de que diretores da empresa estariam dispostos a conversar e assim estabelecer soluções para as exigências.

Já em dezembro, uma nova manifestação foi feita, com as mesmas reivindicações de março e ontem e ainda foi feito um pedido de férias coletivas. Na época, a assessoria da LLX informou que o acordo foi de que todos os funcionários da ARG entrariam de férias no dia 23 de dezembro permanecendo até o dia 02 de janeiro.
Fonte: http://fmanha.com.br/#1219359853/1330345170