PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA CONTRATA JAIME LERNER PARA MUDAR PLANO DIRETOR. VEM CHUMBO QUENTE POR AI!
Tanto a mídia comercial como a blogosfera da cidade de Campos estão ecoando a notícia de que nesta 4a. feira (08/02) a prefeita de São João da Barra, Carla Machado, estará anunciando propostas de reformulação do Plano Diretor Municipal tendo como um dos artífices o arquiteto Jaime Lerner, que vem aqui atendendo as necessidades do Grupo EBX e seu empreendimento imobiliário nababesco, a Cidade X.
De cara, é preciso notar que o atual Plano Diretor de São João da Barra foi assinado num 31 de Dezembro e quase na hora dos fogos começarem a espocar. Esse novo plano, na prática uma revisão da Lei Municipal de 2006, foi firmado apenas para atender as necessidades do Grupo EBX. Agora, pouco mais de 3 anos após o início de vigência, fala-se novamente em um novo Plano Diretor.
Como está claro que os interesses do Grupo EBX e de suas várias subsidiárias é que estão controlando as ações da Prefeitura de São João da Barra, qualquer tentativa de travestir as modificações com alguma preocupações sociais e ambientais é mera perfumaria. Os que realmente desejarem um processo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável para São João da Barra tem mais é que ficar de olhos abertos para ver se não está se criando ainda mais brechas para retirar um número ainda maior de famílias do V Distrito de São João da Barra, como foi o caso da reformulação de 2008.
Em relação ao Sr. Jaime Lerner, há que se dizer que ele não é urbanista coisa nenhuma. Quando muito ele é um arquiteto. Toda a fama que ele ganhou com Curitiba é só isto, fama. Como paranaense que conheceu a cidade de Curitiba antes e depois de Jaime Lerner, o máximo que posso dizer é que ele soube capitalizar a boa organização que a cidade sempre possuiu na sua área central. Hoje em dia Jaime Lerner não se elegeria nem para síndico de prédio em Curitiba, mesmo porque o seu último mandato no governo estadual foi um desastre. O que ele está vindo fazer aqui para mim é simples: dar legitimidade a um processo de segregação sócio-espacial no qual a tal "Cidade X" será apenas o maior símbolo de um modelo que deixa os ricos mais ricos, e os pobres ainda mais pobres. E tudo isto com uma suposta preocupação ambiental. Resta saber quanto o Sr. Eike Batista está pagando ao Sr. Lerner para vir aqui nos distrair com suas belas pranchas e espelhinhos coloridos.