domingo, 12 de fevereiro de 2012

A SIDERÚRGICA DE EIKE BATISTA NO AÇU: MAIOR DO UNIVERSO OU UMA SIMPLES FORMAÇÃO DE ESTOQUE DE TERRAS PARA ESPECULAÇÃO?



Quem anda pelo V Distrito de São João da Barra, mais precisamente nas terras localizadas em torno de Água Preta, pode enxergar um número imenso de placas que dizem quase de forma inocente "Futuras Instalações de Siderúrgica". Ainda sem entrar na questão de que siderúrgica inominada falam as placas, uma questão que salta aos olhos se refere ao fato de que é muito provável que não seria preciso desapropriar tanta terra e expulsar tantas famílias apenas para construir a tal usina. A quantidade de terra em que as placas se espalham simplesmente chama a atenção.

Das duas uma: a usina siderúrgica que será construída no Açu é a maior do universo ou se está apenas usando a sua  suposta e futura construção para agregar um imenso estoque de terras nas mãos de um único proprietário privado, num claro e inequívoco processo de especulação de terras.

De quebra, a Ternium, empresa do grupo ítalo-argentino Techint que havia obtido uma daquelas licenças ambientais do tipo "Fast Food" do INEA para, supostamente construir duas unidades num orçamento estimado de US$ 4.7  bilhões. acabou colocando seu rico dinheirinho numa outra empreitada. É que  depois de anunciar o interesse de vir para o Açu, a Ternium acabou gastando mais de US$ 4.1 bilhões para adquirir a USIMINAS em Ipatinga (MG).  Como se vê, a proximidade entre o valor anunciado no Açu e o efetivamente gasto em Ipatinga é praticamente o mesmo.

Agora não se sabe mais se a Ternium ainda pretende vir para o Açu. Isto reforça a hipótese de que o grande estoque de terras destinada à suposta construção de "uma siderúrgica" permanecerá, ao menos por algum tempo, apenas preenchido com as vistosas placas da CODIN. Dai é que se pergunta: por que desapropriar tanta terra tão rápido? A quem isto interessa? Às famílias que estão sendo expulsas é que não.