quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

QUASE R$ 8 BILHÕES INVESTIDOS EM PORTOS E LOGÍSITICA... ENQUANTO ISTO AGRICULTORES SÃO ARRANCADOS DE SUAS TERRAS APENAS COM A ROUPA DO CORPO


O Jornal Folha da Manhã colocou hoje em sua capa o valor dos vultosos investimentos sendo feitos na construção de portos e estruturas logísticas apenas em três pontos do litoral norte fluminense.  Essa verdadeira montanha de dinheiro é formada em uma parte considerável por dinheiro público, vindo principalmente de empréstimos generosos do BNDES.

As promessas que acompanham esses investimentos não são novas, e a maioria delas se concentra numa suposta geração de milhares de empregos que, na prática, beneficiarão principalmente pessoas que serão atraídas de outras partes do Brasil e do mundo. E em números bem abaixo do que a propaganda anuncia.

Mas como ficam os moradores tradicionais nesta região? Como está sendo o tratamento que estão recebendo por parte das corporações privadas e dos órgãos do governo do estado do Rio de Janeiro? Se tomarmos como exemplo o que vem acontecendo em Santa Cruz onde se localiza a grã poluidora Companhia Siderúrgica do Atlântico do grupo alemão Thyssen-Krupp e no V Distrito de São João da Barra onde o Grupo EBX está construindo o Complexo Portuário-Industrial do Açu, a resposta é: poluição, desrespeito e coação. No caso específico dos agricultores do V Distrito, o que temos visto são situações de profundo desrespeito a direitos elementares.

Como Celso Furtado já apontou em sua obra "O Mito do Desenvolvimento Econômico" publicada em 1973 (http://www.ppe.ipea.gov.br/index.php/ppe/article/viewFile/677/619), e permanece válido até hoje, o que as elites brasileiras fazem, sob o véu do mito de que podemos chegar aonde os países ricos já chegaram, é aprofundar a miséria da maioria da nossa população.