Os bancários brasileiros entraram em greve em 27 de setembro, numa greve mais do que anunciada. Afinal de contas, a categoria enviou várias sinalizações à Federação Brasileiras dos Bancos (FEBRABAN) de que o não atendimento de suas demandas levaria a uma greve. Mas apesar de estarem entre as instituições brasileiras que mais ganharam com as políticas neoliberais implementadas a partir do governo Collor, os bancos continuam fazendo ouvidos de surdo às demandas de seus funcionários, e praticamente obrigaram a deflagração desta atual greve.
E os clientes dos bancos e a população que precisa usar as agências? Estes estão sendo deixados à própria sorte, e ainda são submetidos a toda sorte de abuso no tocante à cobrança de juros. Isto sem falar nas filas intermináveis em caixas automáticos, onde este tipo de espera está sendo agravado pelas constantes quedas de sistema.
Os banqueiros brasileiros deveriam olhar para o que está acontecendo na Europa e nos EUA, onde os protestos estão cada vez mais se concentrando no repúdio da juventude e dos trabalhadores contra os bancos que são vistos como os principais causadores e ganhadores da atual crise econômica que assola os países desenvolvidos. E que nenhum banqueiro reclame se este mesmo tipo de repúdio de manifestação comece a acontecer por aqui.
Mas enquanto isto não acontece, é preciso dar todo apoio à categoria dos bancários que cada vez mais carrega em seus ombros o peso representado pelo sistema financeiro brasileiro.