terça-feira, 1 de maio de 2012

GAROTINHO NÃO É SANTO, MAS SÉRGIO CABRAL É O QUE?

 Nos últimos dias tenho notado uma tentativa de rejeitar uma discussão franca e objetiva sobre as bombásticas revelações feitas pelo ex-governador e atualmente deputado Anthony Garotinho sobre os folguedos parisienses de Sérgio Cabral e sua trupe de secretários e amigos empresários.  

Agora surgem bombásticas revelações, que mais parecem bombinhas molhadas de uma noite de São João, sobre uma doação de R$ 300 mil da Delta Engenharia para Geraldo Pudim. Ah! Por favor, senhores. Eu mesmo aqui neste modesto blog já notei que o grupo político de Anthony Garotinho estava entrelaçado com Fernando Cavendish na construção da ponte à qual um dia Sérgio Cabral, ilegalmente diga-se de passagem, batizou de Rosinha Garotinho e que hoje enfeia a região central da cidade de Campos dos Goytacazes. Assim, esperar que a Delta não tenha contribuído para Geraldo Pudim é como esperar que no próximo verão o Rio Muriáe não ameace transbordar em Três Vendas. Aliás, quanto será que Sérgio Cabral e Eduardo Paes receberam da Delta nas suas respectivas eleições? Garanto que foi bem mais do que R$ 300 mil.

O que todos os interessados em discutir o que realmente é central neste momento deveriam estar se perguntando é sobre a escala em que chegamos nas relações pouco republicanas entre o setor privado, especialmente a Delta, e o governo do Rio de Janeiro durante o período em que Sérgio Cabral está ocupando, de meses em meses, o seu lugar dentro do Palácio Guanabara. 

Qualquer outra coisa é tentar jogar fumaça no ventilador. 

Mas é até compreensível, visto que o infortúnio de Cabral neste momento representa praticamente o enterro das candidaturas a prefeito que ele eventualmente viesse a apoiar nas eleições municipais de 2012. E como em Campos a oposição que se sustenta sem o dinheiro das contribuições da Delta não receberia apoio algum de Sérgio Cabral, por razões óbvias até, o que muitos estão tentando é fazer um inevitável jogo do "todos são iguais". 

O problema é que nem todos são iguais. Marcelo Freixo e Janira Rocha já mostram isso na ALERJ todos os dias. Já Roberto Henriques, esse periga não consiga subir nem no caixote dos tempos em que, pelo meno, era consequente com o que apregoava.