sábado, 10 de março de 2012

ENFIM... UMA (MEIA) VERDADE SOBRE OS EFEITOS DO COMPLEXO INDUSTRIAL DO AÇU NO NORTE FLUMINENSE

O jornal Folha da Manhã traz uma matéria sobre um tal "Fórum de Desenvolvimento" que teria sido realizado sob os auspícios da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), a coordenadora de Responsabilidade (eu já acho que está mais para IRRESPONSABILIDADE) Social e Empresarial da LLX (braço do Grupo EBX do bilionário Eike Batista) que está construindo o Complexo Portuário Industrial do Açu teria "garantido que o Porto do Açu vai mudar o perfil econômico da região".


Esta declaração da Sra. Gleide Gomes é uma meia verdade porque diz de cara algo que ninguém ousei dizer ainda, qual seja, o Porto do Açu poderá mudar o perfil econômico da região norte fluminense, mas não mudará o perfil social.  Aliás, poderá mudar sim, só que para pior. Vide a situação de centenas de famílias que estão sendo desalojadas para que suas terras sejam entregues para multinacionais como o grupo italo-argentino Techint que foi abordado por mim anteriormente.

O curioso é que pessoas que já defenderam um modelo de desenvolvimento regional baseado nas características peculiares de nossa região, agora efetivamente se calam sobre o verdadeiro apocalipse sócio-ambiental que o Complexo Portuário-Industrial deverá  significar, se todas as promessas de implantação de empreendimentos poluidores se confirmarem.

O detalhe mais perverso disto tudo é que o INEA, órgão que liberou em um verdadeiro recorde universal de tempo as licenças para a construção e funcionamento do Porto do Açu, agora vem a público na mesma edição do Jornal Folha da Manhã  que irá ampliar o monitoramento dos rios e lagoas do norte fluminense. Só se for para entregar mais água para os poluidores do Açu fazerem suas transformações mínimas no minério que a Anglo-American acaba de comprar do Grupo EBX.