Nada mais lógico que após permitir a aprovação da reforma do Código Florestal e assistir passivamente a morte de vários lideranças camponesas, o governo Dilma venha a público, através do IBAMA, anunciar a emissão da licença para a construção do monstrengo chamado de Belo Monte. Para tentar dar uma faceta menos indecorosa, o governo Dilma lançou de forma concomitante um tal Plano de Desenvolvimento Sustentável do Xingu. Tudo coisa para inglês ver e investir, pois os impactos da construção da barragem de Belo Monte não ficaram apenas na parte ambiental, mas atingirão em cheio comunidades indígenas, caboclos e pequenos agricultores, num total de 30.000 habitantes tradicionais da região.
A sanha anti-ambiente do governo Dilma é tão forte que a emissão da licença de construção de Belo Monte ocorre apesar do Ministério Público Federal ter desaconselhado isto em face do descumprimento de parte significativa das 40 condicionantes impostas na LP (Licença Prévia) não foram cumpridas pela Nesa (Norte Energia S.A.), a empresa responsável pela construção e operação do projeto.
A Usina de Belo Monte, quando pronta, será o terceiro maior complexo hidrelétrico do mundo pelo quesito capacidade instalada. Os 11.233 MW de potência de todas as suas turbinas só será menor que o projeto binacional de Itaipu, entre o Brasil e o Paraguai, a Usina Hidrelétrica de Três Gargantas, na China.
O mais peculiar é que, embora tenha toda essa capacidade, o aproveitamento hidrelétrico do rio Xingu produzirá bem menos energia anualmente. Isto ocorrerá porque dada a oscilação natural do rio, na média Belo Monte produzirá cerca de 4,5 mil MW de energia para o sistema elétrico.
O mais peculiar é que, embora tenha toda essa capacidade, o aproveitamento hidrelétrico do rio Xingu produzirá bem menos energia anualmente. Isto ocorrerá porque dada a oscilação natural do rio, na média Belo Monte produzirá cerca de 4,5 mil MW de energia para o sistema elétrico.
O pior é que não se pode alegar desconhecimento dos impactos sócio-ambientais desta obra. Mas essa volúpia toda sequer se explica pela demanda objetiva de energia no Brasil. É fato mais do que estabelecido que o problema da energia elétrica no Brasil é mais uma questão de distribuição do que de geração. E construir uma hidrelétrica na bacia do Xingu só pode ser mesmo para apoiar os interesses das construtoras envolvidas, as quais deram generosas contribuições para a campanha eleitoral tanto de Dilma como de Lula.
Mais informações sobre este assunto no site UOL através do link http://www1.folha.uol.com.br/mercado/923750-ibama-emite-licenca-para-instalacao-da-usina-de-belo-monte.shtml e no site do jornal britânico Guardian através do link http://www.guardian.co.uk/environment/2011/jun/01/brazil-belo-monte-dam