segunda-feira, 17 de outubro de 2011

NA BRIGA DE CABRAL COM GAROTINHO NA QUESTÃO DOS ROYALTIES, QUEM É QUE GANHA MESMO?


Vamos pelo começo. Eu não estou entre aqueles que vêem na mudança da política de distribuição dos royalties algo que vá levar os estados e municípios ditos produtores à falência. Quem tem levado estes estados e municípios à falência são os políticos que têm ocupado as cadeiras de governo e desperdiçado bilhões de reais, em muitos casos de forma criminosa.  

Eu já disse aqui e repito.  Uma eventual mudança na partilha dos royalties talvez até melhore a governança nas regiões que foram até agora as únicas beneficiadas de uma riqueza nacional. No mínimo vai obrigar a que a população destes estados e municípios saiam da posição de apatia e comecem a questionar a forma pelo qual o dinheiro público é gasto, com ou sem roaylties.

Dito isto, eu chamaria a atenção daqueles que se estão se baseando nos números da PM para desqualificar o ato liderado pelo ex-governador e atual deputado federal Anthony Garotinho no dia de hoje na Cinelândia no coração da cidade do Rio de Janeiro. Desde os tempos em que eu participava de atos estudantis naquela área no início da década de 80 do Século XX todo mundo sabe que a PM (especialmente que está sob o comando direto de um governador que se opôs abertamente ao ato) não é uma boa contadora oficial de pessoas em praças públicas. Assim, usar os números da PM para desqualificar o ato é, no mínimo, contribuir para algo que não é real.

Além disso, na ânsia de desqualificar Garotinho e seu grupo político, as pessoas acabam ficando cegas e contraditórias. Cegas por acreditar que Garotinho esperava reunir uma multidão na praça. Ele reuniu o que sua máquina queria e podia financiar neste momento. E mais, ao colocar em Sérgio Cabral o rótulo de inimigo da mobilização em prol da luta pela manutenção da atual política de distribuição dos royalties, Garotinho já está mirando em 2012, quando pretende ter candidatos viáveis na luta por dominar um grande número de prefeituras no estado do Rio de Janeiro.  Não enxergar isto é, me desculpem os mais alvoroçados dos anti-Garotinho, é contribuir para que Garotinho se dê bem.

Por último, a perguntar que não quer calar: se Cabral não foi a favor deste ato para evitar que Garotinho levasse o crédito, isto não está mostrando um extremo medo do adversário? Afinal, se Cabral fosse mesmo peitudo, bastaria ordenar que todos os portadores de cargos comissionados do governo do estado fossem à praça pública apoio a ele e à sua luta em defesa dos royalties. Simples assim....

Mas pelo jeito Cabral ainda está se fiando na sua amizade com Lula, esquecendo apenas que Dilma Rousseff é a presidente no momento.