sábado, 24 de setembro de 2011

COM UMA SITUAÇÃO COMO A NOSSA, POR QUE A OPOSIÇÃO CONTINUA BATENDO CABEÇA?

Hoje a imprensa tradicional e blogs de diferentes matizes anunciam que nesta última sexta-feira, a Praça Salvador ficou lotada com mais de 20 mil pessoas protestando contra uma possível mudança na política de distribuição dos royalties do petróleo.  Numa cidade com uma população estimada em torno de 500 mil, isto significaria que 4% dos campistas esteve na praça defendendo o status quo da distribuição financeira dos royalties. Este número não é nada mal, especialmente se levarmos em conta o fato de que pouca ou quase nenhuma mobilização política precedeu ao evento convocado pela Prefeitura de Campos.

Mas caminhando neste sábado de manhã pelas ruas centrais não encontrei nenhuma evidência de que o ato teve qualquer aderência sobre a população, visto que todos estavam lá cuidando de seus afazeres, e nem mesmo na área da "Rua do Homem em Pé" havia gente agrupada e comentando o ato de ontem. No mínimo, o que eu observei indica que o apoio político da população não está no mesmo nível da presença no ato. 

No entanto, como geógrafo que sou, faço meus costumeiros passeios pelo centro para ver não apenas como pulsa o coração político da cidade, mas também para ver como ele está sendo cuidado. E o que eu vi hoje me parece um agravamento do abandono ao qual a área central de Campos está submetida pela Prefeitura de Campos.  Não bastando a sujeira por todos os cantos, algo me chamou ainda mais a atenção: a completa destruição do Parque Alberto Sampaio.  Campos dos Goytacazes possui poucas áreas nas quais a população pode se sentar e desfrutar de momentos de descanso, o que implicaria que uma das poucas áreas deste tipo estivesse bem cuidada, o que evidentemente não é o caso, como mostram as imagens nesta postagem.

Mas o que eu realmente não entendo é que faz algum tempo aquela área estava cercada para a realização de obras de recuperação, com direito a cerca e placa de identificação. Agora, em pleno mês de setembro, a obra sumiu e área do Parque Alberto Sampaio parece ter sido alvo de um ataque terrorista. Ali quase nada sobreviveu, e a área se tornou uma espécie de camping dos moradores de rua da cidade. Se cruzar aquele espaço de dia se tornou algo desafiador, não dá nem para imaginar o que acontece depois que o sol se põe.

Enquanto isto, os partidos de oposição de Campos ficam se engalfinhando para ver quem vai lançar candidato à sucessão da prefeita Rosinha e, pior, para ver quem vai ganhar os mimos financeiros do governador Sérgio Cabral.  Convenhamos é muito pouco para que haja alguma chance de haver um processo de alternância na cadeira de prefeito. Pior para todos nós, que arriscamos a nos ver confrontados com mais degradação e abandono como o que nos defrontamos hoje no Parque Alberto Sampaio. E isso tudo com muitos royalties turbinando os cofres da PMCG. Imagina se o Apocalipse financeiro se materializar!