A OBRA DO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO DA UENF CONTINUA PARALISADA, MAS AS INFILTRAÇÕES EM SEU INTERIOR NÃO
Restaurantes universitários cumprem um papel muito maior do que simplesmente matar a fome de estudantes, servidores e professores. Os populares "bandejões são muito mais do que isto! Estes locais representam pontos de aglomeração e de propagação de idéias e, por isto, foram o foco da resistência contra o regime militar de 1964. Restaurado a democracia, a maioria das reitorias de universidades públicas trataram de fechá-los ou, quando muito, deixá-los em condições precárias. Nas universidades em que a qualidade e o próprio serviço foram mantidos, isto ocorreu sob pressão dos sindicatos.
A construção de novos restaurantes universitários é algo que a maioria das reitorias fogem como o diabo foge da cruz. È que ajustadas aos ditames dos governos, as reitorias não querem que haja pontos de concentração para a resistência a seus projetos. E quando os sindicatos conseguem vencer a posição das reitorias, o que se assiste são demoras intermináveis de obras que se arrastam de forma indefinida. Neste caso se encontram os bandejões da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). No caso da UENF, a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro vem garantindo os recursos para a construção do bandejão desde 2007 através de duas emendas que totalizaram R$ 10 milhões.
Mas apesar de dinheiro não ser problema, a obra do bandejão da UENF vem se arrastando desde 2008, tendo sido suspensa pela Reitoria da UENF no início de 2011, sob a alegação de que a empreiteira responsável havia estourado todos os prazos concedidos para o seu término. Numa audiência realizada pela Comissão de Educação da ALERJ em 23/03/2011, os representantes da Reitoria da UENF garantiram que a obra estaria concluída num prazo máximo de 75 dias (isto é em 06 de Junho de 2011). No entanto, passados 28 dias daquela audiência não há o menor sinal de que a obra do bandejão será retomada. E pior uma visita ao interior da obra mostrará que ali existem graves problemas de infiltração que já comprometem a sustentabilidade do empreendimento. Além disso, como a Reitoria da UENF já reconheceu que pagou mais de R$ 2 milhões à empreiteira que estava tocando a obra, o R$ 1 milhão restante no orçamento dificilmente darão conta de reparar e terminar a obra.
As fotos acima publicadas pela Revista Somos Assim mostram a gravidade do problema. A pergunta que se coloca é a seguinte: vai ficar tudo por isto mesmo? E como fica a comunidade universitária da UENF nisto tudo?