sexta-feira, 22 de abril de 2011



A GUERRA NA LÍBIA ESTÁ CADA VEZ MAIS COM CARA DE GUERRA DO QUE DE AJUDA HUMANITÁRIA






O fato de que Muammar Kadafi é um ditador que governa a Líbia com mão-de-ferro é mais do que estabelecido. O que não está estabelecido é a origem da oposição armada que hoje tenta derrubar o seu governo com o apoio da OTAN. Os próprios analistas do Pentágono desconfiam que nas fileiras da oposição líbia se encontram militantes da Al Qaeda.

As imagens de horror que aparecem de Misrata indicam que as tropas do governo de Kadafi estão mesmo praticando crimes de guerra. Mas a imprensa ocidental está sendo bem econômica em mostrar fotos das áreas que estão sendo bombardeadas pela OTAN.  Isto sem falar nas tais bombas de fragmentação que foram vendidas ao governo Líbio pela Espanha.

Para aumentar ainda a falta de crédito dos argumentos supostamente humanitários que guiam a agressão armada da OTAN, o Wikileaks disponibilizou informações de que os EUA sempre procuram o Papa para conter o repúdio contra ações como a guerra contra a Sérbia e a invasão do Iraque. Não seria de se surpreender que Bento XVI esteja neste momento tendo conversas com representantes da OTAN para não falar algo que comprometa essa aventura militar no norte da África.

E no final, os povos árabes vão ficar ainda mais certos de que os países ricos só se preocupam mesmo com uma coisa: o controle das reservas de petróleo. O resto é tudo conversa para boi dormir com pitadas de puro cinismo.