A GREVE DOS VIGILANTES E SEUS DETRATORES
Como usuário eventual de agências bancárias, reconheço que a atual greve dos vigilantes que está acontecendo na cidade de Campos causa certo embaraço aos clientes que lá se dirigem para resolver seus problemas. Mas acredito que, sendo o direito de greve garantido pela Constituição Federal, o que deveríamos estar nos perguntando é de porquê os bancos (principais beneficiados das políticas neoliberais vigentes desde Fernando Collor) não fazem logo um acordo com a categoria para garantir a reabertura das agências.
Afinal de contas temos de convir que o problema não é a falta de recursos financeiros para melhorar os minguados salários que estes profissionais recebem para colocar sua vida todos os dias em defesa dos banqueiros. O que temos nesta greve é a aplicação daquela receita de que não se deve abrir precedentes para outras categorias também reivindicarem seus direitos se um certo grupo lograr ter suas reivindicações atendidas.
Por outro lado há que se saudar os vigilantes por, finalmente, impor sobre o patronato um movimento como este. Quem conhece as pressões cotidianas que os membros da categoria sofrem de seus patrões e chefes sabe que ficar atento contra tentativas de assalto é o menor dos estresses a que ele estão submetidos.
Finalmente, como já bem observou o blogueiro Douglas da Mata (planicielamacenta.blogspot.com) quem vocifera contra esta greve em veículos de imprensa não está preocupadop com a garantia de bons serviços pelos vigilantes, mas sim de defender os interesses privados dos banqueiros e das empresas que orbitem em torno do sistema financeiro, como é o caso das empresas de segurança privada.
Em suma, que os vigilantes continuem lutando pelos seus direitos e que sejam vitoriosos. A experiência mostra que os patrões só concedem quando são pressionados. Pois bem, que assim seja!