A formulação da Agenda Brundtland que foi formulada em tese para aumentar a responsabilidade ambiental em todo o mundo teve como efeito direto a exportação de atividades poluentes e de alta demanda por terra e energia para os países do Terceiro Mundo. Hoje se vê que a distribuição de plantios florestais para a produção de celulose está concentrada em países como Brasil, China e Índia A explicação normalmente dada é que estes países possuem terras abundantes e água suficiente para o plantio de centenas de milhares de hectares de monoculturas de árvores destinadas á produção de celulose.
O Brasil tem se superado nesta conversão de terras agrícolas para o uso com plantios florestais. Esta situação tem contribuído para que vastas porções de nossos melhores solos fiquem estocadas para a produção de celulose ás custas de uma diminuição na área disponível para a produção de alimentos. Assim, não chega a ser surpresa que enquanto o preço da celulose despenca, o do arroz e do feijão não param de aumentar.
O pior é que a monocultura de celulose exige um alto uso de agrotóxicos, fertilizantes químicos e implica num alto consumo de água. Quando tomados em conjunto, estes fatores implicam na degradação ambiental de bacias hidrográficas inteiras, pois a contaminação não fica restrita às áreas de plantio, visto que os compostos tóxicos migram através do vento e da movimentação do lençol freático.
Por estas e outras é que a propalada salvação da região noroeste fluminense pela monocultura de eucalipto que foi utilizada pelo ex-ambientalista e deputado pelo PT/RJ, o secretário de meio ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, não passa de um engodo. Na prática o que poderemos assistir é um aumento sem precedentes dos problemas sócio-ambientais numa região que já não se encontra afetada por uma severa degradação ambiental de seus ecossistemas. E tudo isto para propiciar mais lucro para as papeleiras, especialmente a ARACRUZ/FIBRIA.