domingo, 13 de março de 2011



O avanço de plantios florestais ameaça a produção de alimentos


Uma das principais características da atual divisão internacional do trabalho é o deslocamento de atividades indesejáveis do centro para a periferia da economia capitalista.  Isto explica o deslocamento não apenas de indústrias poluentes (como bem exemplifica a situação criada pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) na região de Santa Cruz na cidade do Rio de Janeiro), mas também o uso de extensas áreas de terras para o plantio de monoculturas florestais voltadas para a produção de celulose. Em ambos os casos, o que as corporações multinacionais fazem é colocar o ônus e o passivo ambiental sobre populações pobres. Para isto, contam com a colaboração dos governos nacionais dos países de economia periférica que operam sob a lógica de que o passivo ambiental é um efeito colateral necessário para que um patamar superior de desenvolvimento econômico seja alcançado.

No caso do Brasil o avanço dos plantios florestais está se dando às custas das terras mais férteis do território nacional, o que em longo prazo poderá levar a uma grande crise na produção de alimentos, visto que a viabilidade destes plantios requer o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos cujo uso intensivo e continuado leva a altos níveis de contaminação ambiental.