sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Aumenta para 15 número de mortos por melões contaminados nos EUA
Em Washington



Quinze pessoas morreram e 84 adoeceram nos Estados Unidos depois de comer melões infectados com a bactéria Listeria, procedentes de uma fazenda no Colorado (oeste), disseram esta sexta-feira autoridades sanitárias.

A origem da pior intoxicação alimentar nos Estados Unidos em mais de uma década foi atribuída à fazenda Jensen Farms, um empreendimento familiar que solicitou a retirada do mercado dos melões contaminados, em meados de setembro.

No entanto, os pesquisadores ainda estão tentando averiguar como a fruta foi contaminada, no que as autoridades descreveram como o primeiro surto conhecido de listeria em melões.

Na quarta-feira, os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) e a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos advertiram para um provável aumento das vítimas, devido ao longo período de incubação desta bactéria rara.

Segundo as fontes, uma pessoa pode adoecer até dois meses depois de consumir um produto contaminado.

A listeriose é especialmente perigosa para os idosos, pessoas com sistemas imunológicos debilitados e mulheres grávidas, nas quais pode provocar aborto espontâneo ou a morte do feto.

Os casos foram reportados em 19 estados, segundo o CDC. O número anterior de vítimas, anunciado na quarta-feira, era de 13 mortos e 72 doentes.

Embora os únicos melões infectados tenham sido cultivados na Jensen Farms e nenhum tenha sido exportado, o CDC pediu que os consumidores joguem fora as frutas se não tiverem certeza de sua origem.

"Inclusive se você comeu parte do melão e não adoeceu, jogue fora o resto imediatamente. A Listeria pode permanecer no melão em temperatura ambiente e na geladeira", alertou o CDC.

A listeriose pode causar diarreia, febre, dores musculares e outros sintomas parecidos à gripe. Na maioria dos casos, a bactéria se propaga do intestino até a corrente sanguínea, mas pode ser tratada com antibióticos.

NO ANÚNCIO DA PROVÁVEL PARTIDA, O POSSÍVEL DESTINO REVELA O SEGREDO MAIS CONHECIDO DA PLANÍCIE


Segundo o que informa o jornalista Luiz Costa em seu blog hospedado no site do jornal Folha da Manhã, o prefeito meteórico de Campos dos Goytacazes, Nelson Nahim, teria declarado que iria repensar "as coisas" em função do medo demonstrado por seu irmão Anthony Garotinho com a possibilidade dele assumir o cargo de prefeito no lugar da cunhada, Rosinha Garotinho. De quebra, Nelson Nahim teria indicado que uma possível mudança de partido, já que não pode permanecer num partido que não o quer.

O possível rumo de Nahim seria o recém-fundado PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O interessante é que no dia de hoje o PSD teria engrossado suas fileiras com a filiação do irriquieto deputado estadual Roberto Henriques.  Para quem não entendeu ainda as confusões que estão marcando a relação entre irmãos, a ida de Nahim para o mesmo ninho de Roberto Henriques escancara um dos segredos mais conhecidos da planície goitacá, que é o fato de que as coisas começaram a azedar quando o vereador resolveu apoiar, contrariando o irmão, exatamente o mesmo deputado estadual que hoje saiu do PR para ingressar no PSD. 

Como já disse na nota anterior, coisa típica de novelão mexicano. Eu só não entendo porque alguém ainda acha que estas relações perigosas eram segredo. Pior é que tem gente que ainda acredita que algumas dessas brigas são para valer. Cenas de capítulos, apenas isto é o que são.
A POLÍTICA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES: ENTRE O GUINESS E A SARJETA

Apesar de ter acompanhado de uma maneira um pouco distanciada todo o drama que se desenvolveu nas últimas 48 horas em torno da cassação do mandato da prefeita Rosinha Garotinho, não posso deixar de notar que as cenas finais deste capítulo não poderiam ter sido boladas pelo melhor escritor de novelas mexicanas. 

De um lado tivemos Nelson Nahim curtindo o que certamente deverá ser o mandato mais curto da história universal, algo em torno de 5 minutos, e os confrontos tipo "Pastelão" dentro da Câmara de Vereadores, entre os apoiadores da prefeita Rosinha Garotinho e o meteórico prefeito. O interessante é que até bem pouco tempo ninguém poderia esperar que Nelson Nahim resolvesse ter um momento de tanto despreendimento em relação ao irmão que tanta sombra lhe faz. Mas para azar completo de Nahim, o desembargador federal Sérgio Schwaitzer, numa liminar para lá de esquisita, resolveu por manter a prefeita no cargo por 30 dias. Seja lá o que ele tivesse em mente, realmente não dá para deixar de achar que com isto apenas manteve a novela em fluxo contínuo. 

O momento "sarjeta" deste dramalhão de baixa qualidade foi a confusão dentro da Câmara de Vereadores, onde dizem as coisas chegaram num tipo limitado de vias de fato. Mas como a Câmara de Vereadores já não tem mesmo muito crédito com a população de Campos, eu diria que neste caso não houve grande perda para a democracia brasileira. Afinal, para se perder crédito, o sujeito (ou a instituição) tem que ter algo a ser perdido.

Voltando à minha nota anterior, eu tendo a achar que o deputado federal Anthony Garotinho conseguiu todos os seus objetivos táticos neste momento. Conseguiu colocar a esposa de volta na Prefeitura, diminuiu o crédito da sentença que ia de encontro aos seus interesses maiores e, de quebra, deixou o seu irmão Nelson Nahim numa posição de extrema fragilidade. A coisa ficou tão feia para Nelson Nahim que ele se viu na contingência de fazer duas coisas impensáveis para uma liderança política que se pretende com alguma respeitabilidade: 1) indicou que irá pedir a ajuda de sua mãe para controlar o irmão "desequlibrado", e 2) ameaçou trocar de partido. Ora bolas, isso não é ameaça, é sinal de rendição. Afinal de contas, o que será que ele acha que a sua mãe vai poder fazer a estas alturas do campeonato? A verdade é que Nelson Nahim ficou mal, mal não, péssimo, na fotografia.

Mas esperemos pelos próximos capítulos desta novela. Mas que ninguém espere por momentos de altruísmo ou generosidade. É que em dramalhões mexicanos, o que dá Ibope é o que está se vendo: sarjeta, muita sarjeta. Nem mais, nem menos.






MANOBRAR À BEIRA DO PRECIPÍCIO É ARRISCADO, MAS NEM SEMPRE É SINAL DE DESESPERO


A atual situação na Prefeitura de Campos tem levado a algumas análises que apontam no sentido de que a prefeita Rosinha Garotinho e seu esposo estariam desesperados ao instalar um clima de rebelião na sede do poder público municipal. Do pouco que eu conheço dos dois eu diria que não há desespero no que está sendo feito, mas o contrário. A congregação de aliados, por mais ludibriados que sejam, para um ato de resistência política é apenas a forma que se encontrou para lançar a campanha eleitoral de 2012, onde a prefeita (ou ex-prefeita) terá total condições de concorrer já que sua pena "prescreve" em 2011. 

Sem querer entrar no mérito da decisão judicial, pois não a li, creio que o grupo político do ex-governador e atual deputado Anthony Garotinho está apenas executando essa manobra no melhor estilo "à beira do precipício". Pode ser arriscado, mas do que se vê da "oposição", isto pode acabar sendo muito eficiente na hora derradeira, qual seja, no momento das próximas eleições municipais.

De quebra duas coisas: o vereador Nelson Nahim parece mesmo ter perdido toda a confiança política do irmão e da cunhada. Além dessa movimentação representar o efetivo lançamento da candidatura de Rosinha Garotinho às eleições de 2012, a presença de seus apoiadores num ato de resistência política demonstra, de forma subliminar, que não há hoje qualquer laço de confiança entre os dois irmãos. Pior para Nahim, pois este não possui nem o carisma nem a desenvoltura para grandes atos teatrais de Anthony, o eterno garotinho. A segunda coisa que fica escancarada é que a cidade de Campos vai muito mal de oposição.  A situação de paralisia que beira uma atitude catatônica demonstra que a "oposição" foi pega de calças curtas com a reação orquestrada pelo grupo político que hoje controla a Prefeitura. Aliás, uma "oposição" que depende das bençãos do governador Sérgio Cabral para existir não pode mesmo ir muito longe.

O triste disto tudo é que seja quem for o ganhador das eleições de 2012, tudo indica que continuaremos ter uma mesma mentalidade dominando Prefeitura de Campos. É que no frigir dos ovos, os métodos e as práticas são as mesmas. Só muda o padrinho.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ciclo de debates: América Latina: revolução e contra-revolução


Horário: 15 às 18h
Local: UERJ, Campus Maracanã - 9º andar, bloco D, Auditório A
ASSENTADOS DO ZUMBI DOS PALMARES FAZEM ASSEMBLÉIA E FORMAM COMISSÃO PARA RESISTIR À DUPLICAÇÃO DA BR-101 DENTRO DE SUAS TERRAS


Nesta 5a. feira os assentados do Zumbi dos Palmares se reuniram para discutir as formas de reagir à proposta de utilizar parte de suas terras para a duplicação do trecho da BR-101 dentro do município de Campos dos Goytacazes.  Os assentados estavam indignados com a possibilidade de que a ANTT autorize o uso de terras do Zumbi dos Palmares para a duplicação da BR-101.

Após uma longa série de manifestações de assentados e lideranças das organizações de apoio, os assentados decidiram formar uma comissão que deverá procurar os órgãos competentes (ANTT, INCRA, Ministério do Desenvolvimento Agrário) para impedir o uso do Zumbi dos Palmares para uma finalidade que deverá desalojar centenas de famílias de suas terras, sem que haja qualquer garantia de que serão reassentadas ou, tampouco, ressarcidas pelos prejuízos que sofrerão caso sejam removidos de seus lotes.

O Superintendente Regional do INCRA/RJ, Gustavo Souto de Noronha, esteve presente na Assembléia dos assentados e se posicionou no sentido de que o INCRA respeitaria as decisões que forem tomadas de forma coletiva pelos assentados do Zumbi dos Palmares. O Superintendente do INCRA se comprometeu ainda a realizar para que os assentados sejam ouvidos no processo de decisão do futuro traçado da BR-101.
Pelo que se viu na maioria das manifestações, a ANTT e o Grupo EBX terão nos assentados do Zumbi dos Palmares um osso duro de roer, pois eles não estão nenhum pouco dispostos a saírem de terras pelas quais vêm lutando há quase 15 anos.  A criação da Comissão de Assentados é uma prova clara de que a resistência será bem maior do que aquela oferecida pelos produtores do V Distrito de São João da Barra.

Uma nota final fica para o repúdio apresentado pelos assentados contra o desrespeito que teriam sofrido num evento recente que ocorreu no Assentamento Zumbi dos Palmares, e que contou com a presença do deputado federal Anthony Garotinho. Pelo que se viu, entre os assentados não tem muita gente chorando pela perda de mandato dele e do sua esposa Rosinha Garotinho. 
DIVULGANDO! III SEMINÁRIO INTERNACIONAL LATINO-AMERICANO SOBRE ALTERNATIVAS DE ENFRENTAMENTO À CRISE

Este evento ocorrerá no Auditório da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil SAS Quadra 5 - Lote 1 - Bloco M - Brasília - DF. Dada a atual situação internacional, quem puder participar certamente presenciará discussões fundamentais para os embates que estão se delineando no horizonte político mundial.

Jornalistas pedem boicote aos jornais que anunciem prostituição






A Federação das Associações de Jornalistas da Espanha pediu nesta quarta-feira que o Ministério da Saúde, Política Social e Igualdade do país não apóie os meios de comunicação que divulgam anúncios de prostituição.

Em comunicado, a entidade pediu ao Ministério que, independentemente do resultado das próximas eleições gerais de 20 de novembro, não insira sua publicidade na imprensa que publica anúncios de "contatos", como são chamados eufemisticamente os serviços de prostituição.

A presidente da federação, Elsa González, considerou que estes anúncios "transformam a mulher em mercadoria" e geram prejuízos na imagem, o que coloca em questão "sua dignidade como pessoa".

A iniciativa anunciada nesta quarta-feira surgiu a partir da "Jornada sobre prostituição e meios de comunicação" realizada na terça-feira em Sevilla, organizada pela Associação da Imprensa e a Delegação da Mulher da Prefeitura da cidade.

Na Espanha, são poucos jornais que publicam esses anúncios de "contatos" por conta própria, mas não existe uma legislação a respeito.

Tradução: Em Madri

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Surto de bactéria originada em melões causa a morte de 13 pessoas nos Estados Unidos



CHICAGO - Um surto da bactéria listeria originado em melões no Colorado, Estados Unidos, infectou 72 pessoas no país e causou a morte de 13, informaram funcionários do governo. O surto da doença ligada a alimentos é o mais letal nos Estados Unidos em mais de uma década, superando um de salmonela em 2008 e 2009, que provocou a morte de nove pessoas e infectou mais de 700, segundo os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Até o momento, 18 estados relataram infecções com uma das quatro cepas de listeria relacionadas com o surto, afirmaram os CDC. Das 13 mortes, quatro aconteceram no Novo México, duas no Colorado, duas no Texas e uma em cada um dos seguintes estados: Kansas, Maryland, Missouri, Nebraska e Oklahoma. Todos os casos começaram no dia 13 de julho.

Os CDC rastrearam a fonte do surto em melões cultivados nas fazendas Jensen, no Colorado. A empresa anunciou a retirada do produto do mercado no dia 14 de setembro, como resposta ao surto. A fruta tinha sido enviada a pelo menos 17 estados entre os dias 29 de julho e 10 de setembro.

A FDA, órgão que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, aconselhou a população a jogar fora melões com esta procedência. A bactéria listeria cresce em ambientes de baixas temperaturas. Surtos do microorganismo geralmente estão associados a queijos não pasteurizados e frutos do mar defumados. O de melões é o mais letal dos Estados Unidos desde 1998, quando cachorros-quentes foram contaminados com a bactéria. Morreram 32 pessoas e 101 ficaram doentes.



Os protestos contra as torres de celular se ampliam, tanto nas cidades como no campo



Le Monde





Dos Pirineus Orientais até o Maine-et-Loire, de Montreuil (Seine-Saint-Denis) até Hérouville-Saint-Clair (Calvados), em Lyon e em Paris, moradores se mobilizam contra as torres de celulares, que eles acreditam estar instaladas perto demais de escolas ou de suas casas. No conflito entre as associações fundadas especialmente para a situação e as operadoras de telefone, as primeiras acabam de ganhar pontos com a decisão da corte de apelação de Montpellier, no dia 15 de setembro. Esta ordenou que a empresa SFR desmontasse uma torre de 12 metros de altura situada a 80 metros das casas dos reclamantes, em Montesquieu-des-Albères (Pirineus Orientais), em nome do princípio da precaução.

“Dentro de alguns anos, veremos o indiciamento de prefeitos por causa dessas instalações”, prevê Jean Codognes. Esse advogado que atua nos Pirineus Orientais e faz parte do movimento Europe Ecologie-Les Verts, comemora as conclusões desse caso que ele defendeu com sucesso. E não tem a intenção de parar por ali: conselheiro municipal em Perpignan, ele quer, durante o conselho municipal de terça-feira (27), que sua cidade se engaje na redução da potência das ondas eletromagnéticas. “A briga será longa, mas temos recebido grandes incentivos ultimamente”, comemora o jurista, que cita diversos outros casos no departamento, sobretudo em Villeneuve-de-la-Raho, onde três casos de câncer foram diagnosticados entre crianças de uma mesma escola próxima a uma torre de celular.

“É da responsabilidade dos representantes da nação não esperar pelas evidências científicas para adotar medidas de proteção às populações (...)”, escreveram oito parlamentares no dia 13 de julho de 2005, em preâmbulo a sua proposta de lei sobre os riscos para a saúde associados à telefonia móvel. Entre os signatários, figurava Nathalie Kosciusko-Morizet, hoje ministra do Meio Ambiente. O texto pedia para que não se expusesse o público a campos eletromagnéticos superiores a 0,6 volt por metro (V/m). Em maio de 2011, o Conselho da Europa pedia pelo mesmo limiar de prevenção, ou até uma meta de 0,2 V/m.

A tentativa dos deputados permaneceu como letra morta. Ainda em vigor, o decreto do dia 3 de maio de 2002 estabelece os limites em 41 V/m e 61 V/m, em referência a normas europeias de 1999 que levavam em conta o nível de emissão que sai da antena, em vez da exposição do público. O Estado agora oferece um site de informações, mas demora a entender a agitação atual tanto nas cidades quanto no campo. O grupo de trabalho presidido pelo deputado (PS) François Brottes, formado após a Grenelle des Ondes [debate sobre ondas eletromagnéticas, telefonia móvel e wi-fi], entregou recentemente um relatório que deixou a desejar, para as partes interessadas. As experimentações previstas que deviam permitir avançar na redução da potência de emissão das antenas de transmissão ainda não puderam ser conduzidas.

Os representantes locais continuam sem recursos, presos entre questões econômicas e convicções de defensores do meio ambiente muito determinados, ainda que faltem evidências científicas. Consequentemente, as brigas se dão no terreno judiciário, com resultados contrastantes. A Orange, a SFR e a Bouygues, as três primeiras a expandirem suas redes de telecomunicação, adquiriram experiência. As sentenças muitas vezes pendem a seu favor – “92% dos casos”, jura a Bouygues - , em particular quando saem de tribunais administrativos. As operadoras têm interesse em se apresentar diante dessas jurisdições, diante das quais alegam facilmente respeitar escrupulosamente uma regulamentação... pouquíssimo restritiva.

No dia 4 de fevereiro de 2009, pela primeira vez, uma corte de apelação, a de Versalhes, condenou a Bouygues Telecom a desmontar uma de suas antenas após um longo percurso judiciário. O julgamento de Montepellier, por sua vez, inovou. Desta vez ele envolveu a SFR: o presidente do tribunal de primeira instância de Perpignan pensava em enviar o caso para um tribunal administrativo. A corte de apelação tomou uma decisão diferente.

Contestando a qualidade do serviço público da SFR – esse é um argumento recorrente das operadoras - , citando normas mais exigentes adotadas por Estados vizinhos e em nome do princípio da precaução determinado pelo Código Ambiental, ela exige a retirada da antena de transmissão dentro de seis meses, sob pena de uma multa de 500 euros por dia. A operadora ainda não informou se pretende recorrer da decisão.
Tradução: Lana Lim
CINCO DE OUTUBRO: DIA NACIONAL DE LUTA A FAVOR DOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS E CONTRA O PL 79/2011


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ex-comandante, suspeito de mandar matar juíza, é exonerado e preso

Além do tenente-coronel, mais três militares, suspeitos de envolvimento no crime, estão presos
Thais Leitão,
Agência Brasil


O tenente-coronel Claudio Oliveira, que comandava o 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Maré, zona norte do Rio, foi exonerado do cargo. Segundo nota divulgada nesta terça-feira (27) pela assessoria de imprensa da corporação, o oficial está detido desde a madrugada na carceragem do Batalhão de Choque.

Ele é suspeito de ser o mandante da morte da juíza Patrícia Acioli, que foi baleada na porta de casa, em Piratininga, Niterói, no mês passado. Na época do assassinato, Claudio Oliveira era comandante do 7º BPM, em São Gonçalo.

Mais três militares, suspeitos de envolvimento no crime, estão presos. A pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o tenente Daniel dos Santos Benitez Lopes e os cabos Sérgio Costa Júnior e Jefferson de Araújo Miranda foram transferidos, na semana passada, da Unidade Prisional da PM, em Benfica, na zona norte, para unidades diferentes.

Após repressão de protesto indígena, Evo suspende construção de estrada


Talita Eredia 



O presidente, também indígena e ex-líder dos produtores da folha de coca, negou ter instruído a repressão policial contra a marcha. Ele também disse que a construção da estrada só será retomada se for aprovada em referendo pelos departamentos envolvidos: Cochabamba e Beni.

"Lamentamos e repudiamos os excessos cometidos ontem (domingo). Não compartilho dessa violência e dos abusos contra nossos irmãos indígenas que estavam na marcha", disse Evo, acrescentando que pediu uma investigação sobre a denúncia de que uma criança morreu nos confrontos. A Conferência Episcopal da Bolívia confirma a ocorrência.

A licitação do projeto foi vencida pela construtora brasileira OAS, que conta com uma verba de US$ 332 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e já iniciou as obras nos trechos fora do parque. A estrada é parte de um dos projetos que deve ligar o Brasil ao Oceano Pacífico.

A demissão da ministra é a primeira baixa do governo do presidente Evo Morales desde o início do protesto, em agosto. Em carta, Cecília disse não compactuar com a repressão da marcha ordenada pelo governo. "Não posso justificá-la nem defendê-la enquanto existam outras alternativas no âmbito do diálogo", afirmou a ministra.

O presidente da Confederação de Povos Indígenas da Bolívia (Cidob), Adolfo Chávez, disse ao Estado por telefone que policiais impediam o avanço dos 1.700 manifestantes desde a semana passada na região da cidade Yucumo, a cerca de 300 quilômetros de La Paz, destino final da marcha dos indígenas.

No domingo, policiais receberam ordem para dissolver a marcha e repreenderam os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo. Organizadores foram detidos e levados para a cidade de Rurrenabaque, onde os moradores ocuparam o aeroporto local e libertaram os líderes do protesto.

O ministro do governo, Sacha Llorenti, além de desmentir a morte de um menor, rejeitou versões de que outras 40 pessoas - entre elas 7 crianças - estivessem desaparecidas. Llorenti disse ainda que a polícia interveio para evitar o confronto dos indígenas com partidários de Evo. Segundo ele, o excesso de violência será investigado.

Apoio

Protestos em apoio aos indígenas espalharam-se pela Bolívia. Ontem, foram realizados atos em Cochabamba, Sucre e em Santa Cruz. A Central Obrera Boliviana, maior organização sindical do país, convocou uma greve geral para amanhã.

A estrada de mais de 300 quilômetros vai ligar os Departamentos de Beni e Cochabamba e deve dividir o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), onde vivem três comunidades indígenas.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) manifestou preocupação com a violência na Bolívia e incentivou as negociações internas sobre o traçado da rodovia.

A chancelaria brasileira ainda reforçou a disposição do Brasil de cooperar com a obra, "um projeto de grande importância para a integração nacional da Bolívia, que atende aos parâmetros relativos a impacto social e ambiental previstos na legislação boliviana".

MDA e Direitos Humanos firmam acordo contra o trabalho escravo 


O enfrentamento ao trabalho escravo será tema das capacitações oferecidas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário aos técnicos de assistência técnica e extensão rural (ATER) que a partir desta semana começam a visitar as famílias de agricultores e agricultoras familiares em situação de pobreza extrema identificadas como público do Plano Brasil Sem Miséria. 

Nesta terça-feira (27), os ministros do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), Maria do Rosário, assinaram Acordo de Cooperação Técnica para ampliar a parceria no tema. 

"Com a capilaridade do MDA, vamos levar aos Territórios da Cidadania e aos municípios do Brasil Sem Miséria no meio rural a divulgação dos procedimentos para identificar trabalho escravo e fortalecer o processo de ressocialização das pessoas resgatadas dessa situação", resumiu Florence. O MDA vai incorporar a temática em importantes programas de cidadania, como publicações contra essa violação de direitos humanos no programa de bibliotecas rurais Arca das Letras, vídeos nas unidades móveis do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR) e capacitar multiplicadores nas práticas de prevenção e identificação de ocorrências de trabalho escravo no campo. 

"A população do campo é a mais vulnerável à exploração de trabalho escravo e a parceria com o MDA acaba possibilitando que os nossos braços possam chegar a todos os lugares do Brasil", definiu Maria do Rosário. A ministra destacou que o acordo vai ampliar a informação sobre o tema, mas, principalmente, as oportunidades para que as comunidades possam sair da condição de trabalho escravo. "Queremos produzir resultados lá no campo, mas também resultados políticos que ampliem a legislação brasileira em direção à aprovação da chamada PEC do Trabalho Escravo", concluiu. 

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/2001 prevê a expropriação de terras onde houver confirmação de situações de trabalho escravo. A proposta se assemelha à legislação que define o mesmo procedimento de confisco para terras com cultivo de plantas psicotrópicas. 

O acordo entre MDA e SDH foi assinado durante reunião extraordinária da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), vinculada à SDH e da qual o MDA é membro permanente. A SDH vai produzir os materias e o MDA vai ajudar na distribuição. 

Na primeira fase do Brasil Sem Miséria, 136 técnicos serão capacitados para atender dez mil famílias em 47 municípios dos Territórios da Cidadania Serra Geral (MG), Velho Chico (BA) e Irecê (BA)..

Reunião realizada pelo governo do Rio, para discutir a CSA, termina em tumulto
Por Leandro Uchoas, 22.09.2011


A instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pela ThyssenKrupp na região de Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro, virou uma novela, de potência dramática inédita na teledramaturgia brasileira. Vez ou outra, os capítulos mais tristes são reexibidos, para desespero de espectadores que não optaram por assistir a essa história. Na última terça-feira (20), ocorreu um dos episódios mais melodramáticos. Porém, ao menos dessa vez, o final foi feliz para os que resistem.

O secretário estadual do ambiente, Carlos Minc (PT), marcou uma reunião na região para prestar contas à população do que estaria sendo feito. Minc vinha sendo criticado por ter faltado a três convites na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), realizados pela Comissão Especial de investigação das denúncias contra a empresa, formada pelos deputados estaduais Paulo Ramos (PDT), Janira Rocha (PSOL) e Lucinha (PSDB). Vista pelos movimentos sociais como o mecanismo encontrado para se moldar uma falsa democracia, a reunião contou com a presença da presidente do Instituto Estadual do Ambiente, Marilene Ramos, entre outras autoridades, todas favoráveis ao empreendimento.

O encontro foi marcado para acontecer no Colégio Estadual Erich Walter Heime, construído com recursos da CSA – o logotipo da empresa está gravado nas paredes da instituição. Foi uma reunião turbulenta do início ao fim. Com os manifestantes protestando a menos de vinte centímetros da mesa, com faixas, gritos e apitos, os discursos – todos favoráveis ao reparo dos danos para legitimação do empreendimento – foram feitos aos berros no microfone. Ao fundo, uniformizados, trabalhadores da empresa, cujos movimentos eram orientados por duas pessoas, aplaudiam os discursos.

Logo no início de sua fala, Minc tentou eximir os presentes de responsabilidade. “Essa licença não foi dada em nosso tempo”, disse, admitindo implicitamente que ela não deveria ter sido concedida. “As pessoas ficam criticando porque eu não venho falar. Quando eu venho, elas reclamam”, protestou. Como a CSA não conseguiu aprovar a licença definitiva de operação, em virtude da resistência popular e do acúmulo de denúncias, e a autorização provisória está expirando, Minc planeja conceder um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) administrativo, com o suporte do Inea. Com isso, a CSA seguiria operando.

“A licença de operação não será dada enquanto a empresa não der uma resposta a todas as irregularidades”, alegou Marilene Ramos. Em meios a forte protesto, com muita dificuldade para falar, ela exibiu uma apresentação apontando quais seriam os problemas a ser corrigidos, essencialmente no sistema de filtros e na lingotadeira, que teria apresentado um problema de projeto. Segundo Marilene, depois de resolvidos os problemas, a empresa pretende operar “abaixo dos padrões que a OMS (Organização Mundial de Saúde) considera seguros”.

Entretanto, ao longo da semana, circulou informação de que a empresa tende a aumentar o volume de poluição na capital em 67%, e no Estado em 15%. Fernanda da Silva, a primeira moradora a falar, pediu para reexibir a apresentação de Marilene, para perguntar: “a empresa não sabia que precisava disso?”. Os convidados também apresentaram o planejamento de se fazer uma auditoria ambiental, para a qual teria sido contratada a empresa Conestoga, e uma auditoria de saúde, a ser feita pelo Fundacentro, do Ministério do Trabalho. Foram apresentados também supostas medidas para a região de São Fernando, para reduzir o problema com a enchente causado pelas obras da empresa.

O líder dos moradores atingidos pela CSA, Rodolfo Lobato, se negou a sentar à mesa. Quando foram permitidas as falas, dirigiu-se aos trabalhadores da CSA, dizendo: “estamos juntos”. Eles esboçaram aplaudir, até serem contidos pelas duas pessoas que orientavam suas reações. Rodolfo prosseguiu. “Nós não reconhecemos essa reunião, nem a forma como ela foi construída. A forma como o senhor (Minc) traz a reunião para a escola da CSA é irresponsável. Nesse momento, estamos nos retirando, todos, em repúdio”, disse. Em seguida, os manifestantes deixaram a reunião, que, esvaziada, prosseguiu por cerca de meia hora. Os manifestantes interpretaram o fato como uma vitória.

Sequência de tragédias

O processo de instalação da empresa foi polêmico desde o início. As concessões ambientais foram concedidas de forma suspeita, e os impactos na Baía de Sepetiba começaram já durante as obras. Cerca de 8 mil pescadores tiveram sua atividade profissional semi-inviabilizada. Dejetos poluentes lançados na Baía pela antiga empresa Ingá, cujos danos já vinham sendo revertidos pela natureza, foram revolvidos no fundo da Baía e voltaram a causar problemas.

Com o início da operação da empresa, no primeiro semestre de 2010, os problemas apenas aumentaram. A CSA passou a emitir poluentes em volume impensável. Os danos à pele e à respiração aumentaram em nível incomum – problema maior na região, pela ausência de serviços hospitalares. Na região de São Fernando, as obras geraram constantes incidências de enchente. Já era possível imagina que esses danos surgiriam, uma vez que o empreendimento não foi aceito na Alemanha, país sede da ThyssenKrupp, pelos impactos socioambientais que fatalmente causaria.

A empresa enfrenta as acusações com uma campanha massiva de propaganda, inflada pela construção de escola e realização de eventos. Medidas que poderiam ter sido facilmente arcadas pela própria prefeitura do Rio, se não fosse a significativa isenção de impostos à empresa, que pode chegar a R$ 700 milhões anuais – dinheiro suficiente para construir dezenas de escolas. O próprio prefeito da cidade, Eduardo Paes (PMDB), já veio a público criticar a CSA, lamentando, inclusive a não criação de empregos – mesmo tendo sido ele o responsável pela isenção de impostos, uma de suas primeiras medidas como prefeito. Minc é um dos candidatos mais fortes do PT a vice de Paes na luta pela reeleição, em 2012.




(*) Reportagem publicada originalmente no Brasil de Fato.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

OIT: 20 milhões de empregos foram perdidos desde a crise de 2008

PARIS - As maiores economias do planeta perderam 20 milhões de empregos desde a crise financeira de 2008, revela estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo a organização, elas vão liderar um processo de "déficit massivo de empregos" até o fim do próximo ano se os governos não mudarem suas políticas. No mundo, existem atualmente 200 milhões de pessoas desempregadas, próximo ao recorde registrado no período mais agudo da Grande Recessão.


No relatório, preparado com a OCDE para o G20 (o grupo das 20 maiores economias do planeta) do ministros do trabalho em Paris, seria impossível recuperar as vagas fechadas no curto prazo e há risco desse número dobrar até o fim do próximo ano.

-Precisamos atuar agora para reverter a desaceleração no crescimento da ocupação e compensar a perda de empregos - disse o diretos da OIT, Juan Somavia, segundo o jornal britânico "The Guardian". -A criação de emprego se tornou a maior prioridade macroeconômica - completou.

Segundo a organização, seria necessário o crescimento anual de 1,3% na ocupação para que os níveis pré-crise fossem recuperados até 2015. Desde 2010, a taxa aumentou em 1%.

Segundo o relatório, China e Índia, estão entre os retardatários, com menos de 1% de crescimento na taxa de ocupação por ano.


JORNAL O GLOBO RECLAMA DO GOVERNO DILMA, MAS SILENCIA SOBRE CORRUPÇÃO COMETIDA COM RECURSOS FEDERAIS
O material abaixo é um extrato de matéria publicada hoje no site do jornal O GLOBO. A matéria trata da falta de desembolso para projetos no Rio de Janeiro, começando por aqueles relacionados à prevenção de desastres causados por chuvas, como os que aconteceram no início de 2011 na região Serrana.  Até ai tudo bem, pois prevenir é melhor do que remediar.

O curioso é que a matéria não faz nenhuma menção ao fato de que boa parte do dinheiro federal liberado para as prefeituras dos municípios atingidos pelas chuvas deste ano foi tragada pela corrupção resultante de acertos entre prefeituras e empreiteiras.

Também não custa lembrar que o vice-governador Luiz Fernando Pezão vem há meses reclamando e clamando pela liberação destes recursos. Será que esta matéria é de coincidência ou de conveniência? Vindo de quem vem, está mais para conveniência. E não a conveniência dos que serão atingidos pelas chuvas que certamente virão e estão até agora sem nenhuma medida de prevenção por parte do governo Cabral.

Governo atrasa projetos e não libera nem um tostão para obras contra enchentes no Rio
Publicada em 25/09/2011 às 22h46m
Regina Alvarez (regina.alvarez@bsb.oglobo.com.br)
BRASÍLIA - A liberação de recursos federais é muito lenta não só para os principais programas do governo Dilma - como foi mostrado na edição deste domingo do GLOBO. A situação é semelhante no caso de obras e serviços essenciais à população. A três meses do início da temporada de chuvas e enchentes de verão, o programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, do Ministério da Integração Nacional, conta com investimentos de R$ 296,9 milhões no Orçamento de 2011, mas o dinheiro continua no caixa do governo. Até o momento, o valor executado (pago), de R$ 66,3 milhões, refere-se a investimentos contratados em anos anteriores - 22,3% do total.
Essas obras de prevenção são essenciais para evitar ou atenuar tragédias que se repetem todos os anos, como deslizamentos de terra em áreas de risco. No caso do Estado do Rio, foram reservados R$ 7 milhões para apoio a obras preventivas, mas nenhum tostão foi liberado até agora. Para São Paulo, estão previstos R$ 33,5 milhões, destinados à implantação de reservatórios para contenção de cheias e outras obras preventivas, mas também não houve liberação de recursos.
Na área de segurança, a execuçã




Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/09/25/governo-atrasa-projetos-nao-libera-nem-um-tostao-para-obras-contra-enchentes-no-rio-925438435.asp#ixzz1Z3fvwLgm © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

domingo, 25 de setembro de 2011

PONTO DE ÔNIBUS A PROVA DE VÂNDALOS

A imagem abaixo é de um ponto de ônibus na cidade de Yantai na China. Pode até parecer desconfortável, mas não é porque o ônibus sempre passa no horário e ninguém fica lá muito tempo esperando. Mas notem que para vandalizar um ponto como esse daria muito trabalho.  E notem o luxo e a simplicidade da estrutura!

MARCELO YUKA LEVA A BANDEIRA DO MST E MULTIDÃO MANDA UM "VAI SE FODER" PARA JOSÉ SARNEY NO ROCK IN RIO 2011



A atual edição do Rock in Rio está sendo caracterizada por um sistema de ruim, assaltos na área externa da "Cidade do Rock" e o aumento de assaltos contra turistas em outras partes da cidade do Rio de Janeiro. Há ainda o completo caos no sistema de transporte, e o costumeiro atraso do início de cada show.

Mas dois fatos parecem dar uma dica de que nem tudo "está controlado" no mundo encantado de Rubem Medina. Um deles foi a colocação da bandeira do MST no palco onde o cantor Marcelo Yuka se apresentou, com direito à tentativas do Jornal "O GLOBO" de não mostrar a bandeira do movimento. Em outro momento igualmente fascinante, a multidão de mais de 100 mil pessoas mandou um sonoro coro "de vai se foder" para José Sarney enquanto a banda Capital Inicial executava o clássico "Que país é este?" do Legião Urbana. 

É claro que o Jornal O GLOBO esqueceu de mencionar estas duas ocorrências em sua cobertura. Mas outros jornais, como o "Folha de São Paulo" deram notas. Menos mal!

Pois é Sarney, o povo já mandou o recado!
Em tempos de hegemonia capitalista, nem a Ciência escapa da manipulação em nome do lucro


Marcos A. Pedlowski, artigo publicado no número 214 da Revista Somos Assim

     Uma das verdades mais absolutas que guiam o mundo moderno é a de que a Ciência, e por extensão os cientistas, representa um estágio superior na racionalidade humana. Nesta toada, a maioria das pessoas é levada a acreditar que não existe nada que não seja possível de ser obtido a partir da aplicação do método científico a uma determinada necessidade.  Mesmo os mais fervorosos crentes na existência em Deus hoje depositam extrema fé na capacidade da Ciência em resolver problemas que até recentemente seriam solucionados apenas por milagres. Mas não existe nada mais anticientífico do que este tipo de idolatria da Ciência e dos cientistas. Afinal de contas, quando pioneiros como Galileu Galilei e Nicolau Copérnico desafiaram as noções teocêntricas para nos abrir as portas de uma diferente forma de conhecer o mundo, é muito provável que o faziam justamente para retirar a certeza dada pelo pensamento tomista, visando introduzir a dúvida na mente humana de modo a capacitá-la a questionar e inovar.
     Da mesma forma, a tecnologia (um dos subprodutos do avanço científico) também ganhou ares de infalibilidade. Em função disto, aquela porção da Humanidade que pode consumir os últimos produtos gerados pela tecnologia se comporta de forma cada vez mais alienada das conseqüências de seu modo de vida. Como se estivéssemos numa nova Idade da Pedra da consciência humana, agora todas as necessidades humanas estariam sendo resolvidas pela tecnologia. Em contrapartida, aqueles que se aventuram a questionar os custos e os riscos do avanço da tecnologia sobre a vida humana são tachados como retrógados e anticientíficos, e pintados como inimigos da modernidade e que, portanto, devem ser combatidos e ostracizados. Ora, não há nada mais retrógrado do que postular tal dominância da Ciência e da tecnologia no oferecimento das respostas que a maioria da Humanidade busca para solucionar questões básicas como o acesso aos alimentos e à água.  E por quê? A resposta é simples: os problemas existentes não são de natureza cientifica ou, tampouco, tecnológica. Na verdade, a maioria dos obstáculos a uma existência mais justa e digna para esta maioria está no campo político e econômico.
     Por que então essa insistência em rotular os eventuais questionamentos sobre a tentativa de tornar a Ciência uma panacéia para todos os males humanos como retrógrados e anticientíficos? A resposta para isto está, evidentemente, no alinhamento político e econômico daqueles que se insurgem contra os questionadores da racionalidade que rege atualmente o status quo capitalista. Um exemplo disto foi a recente aprovação, em completa surdina pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), de uma variedade de feijão transgênico resistente a um vírus que vem devastando os plantios da variedade “Carioquinha”, hoje a mais consumida no Brasil. Essa aprovação aconteceu sob os protestos de cientistas independentes, organizações camponesas e ambientalistas, e inclusive do CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar brasileiro. As razões da oposição? Entre outras, a falta de estudos aprofundados sobre o efeito do consumo desta variedade transgênica sobre a saúde humana. Mas a principal delas atém-se ao fato de que as espécies transgênicas possuem capacidade intrínseca de contaminar plantios tradicionais causando, assim, o risco de que venhamos num futuro não muito distante a dependermos de uma única variedade de feijão. Os riscos que isto acarreta são muito graves, pois os criadores desta semente, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), não conseguiram demonstrar que esta variedade transgênica terá a capacidade de permanecer resistente a infecções virais por um longo período de tempo. 
      Um problema ainda mais grave é que a maioria das variedades transgênicas é manipulada para se tornarem mais robustas contra o ataque de doenças e pragas a partir do uso de agrotóxicos. Em outras palavras, há uma associação íntima entre os criadores de sementes transgênicas e os fabricantes de agrotóxicos. Um exemplo maior disto é a Soja Roundup Ready (pronta para receber aplicações do agrotóxico Roundup WG), que fabrica a semente e o agrotóxico. Assim, o que se vê não é uma busca obstinada em garantir o feijão ou a soja de cada dia, mas uma gana de aumentar os lucros das corporações produtoras de sementes e venenos agrícolas. Apesar de evidências cientificas sobre as conseqüências da contaminação transgênica em uma série de culturas essenciais à dieta humana ainda estarem sendo coletadas, já está ficando claro que a criação e aplicação desta tecnologia não vêm significando o milagre que seus defensores insistem em lhe atribuir. 
      O mais grave nisto tudo é que existe um grande esforço de marketing para nos manter paralisados frente ao avanço deste tipo de tecnologia em uma área tão estratégica da nossa existência como a alimentação. No caso brasileiro, a CTNBio é composta por somente 15 pessoas, que possuem o poder impressionante de decidir o que acontecerá à alimentação diária de quase 200 milhões de pessoas. Neste sentido, é necessário urgentemente questionar não apenas a composição desta comissão, mas também os mecanismos usados para determinar quem vai ter assento ali ou não. Do contrário, é quase certo que os interesses das corporações econômicas continuarão vindo primeiro do que nossa busca por segurança alimentar.

sábado, 24 de setembro de 2011

CABRAL APARECEU, ESTAVA EM LONDRES



Sérgio Cabral chegou hoje faceiro ao Brasil depois de passar uma semana fazendo negócios em Londres. O interessante é que enquanto o Congresso Nacional discute como ficará a divisão dos royalties do petróleo, Cabral estava em Londres se reunindo com o alto comando da British Gas Group para supostamente acertar investimentos que alcançariam US$ 20 bilhões até 2020. De quebra, o serelepe governador fluminense ainda teria tido tempo de visitar novamente o parque olímpico londrino onde serão realizados os Jogos Olímpicos de 2012.

Deve ser mesmo muito difícil ser o governador de um estado tão dependente dos royalties....
RODOVIA FINANCIADA PELO BRASIL CAUSA CONFRONTOS ENTRE INDÍGENAS E O GOVERNO BOLIVIANO



O Brasil não contente em permitir, e até mesmo financiar, a destruição da floresta Amazônica que existe dentro de suas fronteiras, agora também  fornece recursos para empreendimentos que vão levar  ao desmatamento dentro do Parque Nacional e do Território Indígena Isiboro-Secure (Tipnis) das etnias mojeña, yucararé e chimán. O interessante é que isto nem seria noticiado se grupos indígenas afetados pela estrada não estivessem peitando o governo Evo Morales, inclusive usando o chanceler boliviano como escudo contra a repressão policial.

E a quem será que esta estrada beneficiará? Quem respondeu os latifundiários brasileiros que plantam soja acaba de ganhar um prêmio!




Chanceler boliviano é liberado após ser forçado a marchar com indígenas




YUCUMO, Bolívia, 24 Set 2011 (AFP) -O chanceler boliviano David Choquehuanca foi liberado por indígenas amazônicos, após ser obrigado, este sábado, a marchar por quatro horas com eles, após confrontos com a polícia que terminaram com um oficial ferido, constatou um jornalista da AFP.

"Fui obrigado a marchar, fui obrigado", disse Choquehuanca, visivelmente cansado após chegar a Yucumo, 320 km a nordeste de La Paz, onde colonos pró-governamentais mantêm uma interrupção de estradas há três semanas e ameaçam impedir pela força que os manifestantes indígenas opositores sigam seu caminho.

O chanceler boliviano, que tentava reiniciar negociações com os indígenas contrários à construção de uma rodovia através de uma reserva ecológica, foi utilizado como escudo para romper uma barreira policial.

Os incidentes ocorreram logo depois que o chefe da diplomacia boliviana tentou reiniciar um diálogo com os indígenas, que há mais de um mês caminham até La Paz para protestar contra uma via asfaltada promovida pelo presidente Evo Morales.

Os indígenas insistiram em prosseguir com a marcha e usaram o diplomata para forçar a passagem ante a barreira de policiais, rompendo o cordão de isolamento sobre uma ponte, enquanto que Choquehuanca era obrigado a encabeçar o movimento.

O chefe da diplomacia boliviana, da etnia aimara, foi obrigado a caminhar com os indígenas, confirmou o vice-ministro da Coordenação Governamental, Wilfredo Chávez.

A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.